quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Identificado novo alvo terapêutico contra a aterosclerose

Investigadores americanos descobriram porque é que determinadas células do sistema imunitário se acumulam nas placas arteriais promovendo deste modo a progressão da aterosclerose, revela um estudo publicado na revista científica “Nature Immunology”.

A aterosclerose, caraterizada pela acumulação de lipídeos nos vasos sanguíneos e posterior estreitamente destes, é alimentada pela presença de determinadas células do sistema imunitário, os macrófagos, nas paredes das artérias. Tipicamente, o sistema imunológico envia os macrófagos para “limpar” os depósitos de colesterol presentes nas artérias, mas quando eles ficam repletos desta forma não saudável do colesterol ficam presos nas artérias, desencadeando assim uma resposta inflamatória. Estes macrófagos tornam-se os componentes principais das placas de ateroma que revestem as paredes das artérias. Até ao momento, não era conhecido o mecanismo responsável pela acumulação destes macrófagos nas artérias.

Neste estudo, os investigadores do NYU Langone Medical Center, nos EUA utilizaram uma técnica de imunofluorescência para monitorizar o movimento dos macrófagos para o interior e para exterior das placas de ateroma. Os cientistas descobriram que, o que promove a retenção dos macrófagos nas paredes das artérias é uma molécula denominada por nectina-3. A secreção desta molécula pelos macrófagos impe a migração destes para fora das artérias.

O estudo também revelou que a deleção da nectina-3 podia minimizar a aterosclerose, reduzindo o número de macrófagos acumulados e promovendo a migração destes macrófagos das placas.

“O nosso estudo identificou a nectina-3 como um novo alvo terapêutico para o tratamento de aterosclerose e doença cardiovascular", revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Janine M. van Gils. ”Esta descoberta fornece novas pistas que podem ajudar a reduzir a quantidade de placas presentes nas artérias e a ameaça da aterosclerose, que é uma das principais causas de mortalidade nos países ocidentais. O desenvolvimento de novas estratégias para diminuir a acumulação de macrófagos poderá ajudar a reduzir a ocorrência de eventos cardíacos fatais”, acrescentou a investigadora.

Estudo publicado na “Nature Immunology”