Novo paradigma
Pesquisadores
norte-americanos afirmam ter descoberto uma nova técnica que pode mudar para
sempre a forma como os medicamentos são produzidos.
"Esta
pesquisa representa um paradigma inteiramente novo na fabricação de
medicamentos," afirma o Dr. Robert Linhardt, um dos autores de um estudo
que ganhou destaque na última edição da revista Science.
O grupo
descobriu uma nova técnica para fabricação da droga heparina, mas que poderá
ser aplicado, segundo eles, à maioria dos outros medicamentos.
Síntese
quimioenzimática
O novo
processo é chamado de síntese quimioenzimática.
A pesquisa
mostrou que a nova heparina de peso molecular ultra-baixo apresenta o mesmo
desempenho que o anticoagulante fondaparinux, mas é mais pura, mais rápida de
fabricar e, portanto, muito mais barata.
O novo
processo usa compostos químicos e enzimas para reduzir o número de etapas
necessárias à produção da droga de aproximadamente 50 passos para cerca de 12.
Heparinas
O fondaparinux
é um anticoagulante sintético recentemente desenvolvido, usado para tratar trombose.
Ele é parte de
uma família maior, chamada de heparinas, mas tem a vantagem de ser o primeiro
do tipo a não ser sintetizado de produtos animais.
"Quando
usamos os animais, nós ficamos sujeitos à transmissão de vírus e príons, como o
mal da vaca louca," diz Linhardt. Mas a produção do material sintético é
muito demorado e caro.
O novo
processo usa enzimas e açúcares idênticos aos encontrados no corpo humano para
fabricar as moléculas do medicamento passo a passo.
Os
pesquisadores já começaram a testar a nova droga em animais, com sucesso, e
acreditam que a nova droga mais barata logo poderá chegar ao mercado.
A seguir, eles
pretendem aplicar a síntese quimioenzimática à fabricação de outras drogas.
Por
Diário da Saúde