terça-feira, 7 de setembro de 2021

NIH identifica anticorpo monoclonal que pode prevenir contra a malária

Um novo anticorpo monoclonal descoberto e desenvolvido pelos National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos preveniu a malária com segurança por até nove meses em pessoas que foram expostas ao parasita.

O pequeno ensaio clínico é o primeiro a mostrar um anticorpo capaz de prevenir a malária em seres humanos. O ensaio foi conduzido por cientistas do Vaccine Research Center (VRC) do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) dos EUA e financiado pelo NIAID.

A “malária continua a ser uma importante causa de adoecimento e morte em diversas partes do mundo, especialmente entre bebês e crianças pequenas; com disso, novas ferramentas são necessárias para impedir esta doença letal”, disse o diretor do NIAID, Dr. Anthony Fauci.

"Os resultados relatados hoje sugerem que uma única infusão de um anticorpo monoclonal pode proteger contra a malária por pelo menos nove meses. No entanto, são necessárias mais pesquisas para confirmar e estender esse achado."

O estudo foi publicado no periódico The New England Journal of Medicine.

No total, 25 participantes receberam pelo menos uma dose de um anticorpo chamado CIS43LS, dentre os quais, quatro receberam uma segunda dose.

Entre os adultos que nunca tiveram a infecção ou foram vacinados contra a doença, o anticorpo CIS43LS preveniu a doença.

No estudo, 15 participantes foram picados por mosquitos portadores do parasita. Nove receberam o anticorpo e nenhum desenvolveu malária. Os outros seis participantes receberam placebo; cinco desenvolveram a doença.

Um ensaio clínico maior, de fase 2, está em andamento no Mali para testar o CIS43LS em adultos durante seis meses, na temporada de malária.

A malária é causada pelo Plasmodium, que é transmitido aos seres humanos através da picada de um mosquito infectado. O mosquito injeta os parasitas na pele e na corrente sanguínea. Estes se alojam no fígado, onde amadurecem e se multiplicam. O parasita maduro se espalha por todo o corpo por meio da corrente sanguínea e causa a doença.

Estima-se que tenham ocorrido 229 milhões de casos de malária no mundo em 2019, resultando em aproximadamente 409.000 mortes, principalmente entre crianças na África Subsaariana. Até o momento, nenhuma vacina licenciada ou experimental contra a malária que tenha concluído os estudos de fase 3 oferece mais de 50% de proteção contra a doença por um ano ou mais.

Os cientistas do VRC estão fazendo mais pesquisas sobre o CIS43LS nos EUA para determinar a dose mais baixa necessária para conferir proteção contra a infecção por Plasmodium.

"Os anticorpos monoclonais podem representar uma nova abordagem para prevenir a malária em turistas, militares e profissionais de saúde que viajam para regiões endêmicas da doença", disse Dr. Robert Seder, chefe da Seção de Imunologia Celular do Laboratório de Imunologia do VRC.

"Pesquisas futuras determinarão se os anticorpos monoclonais também podem ser usados para o controle sazonal da malária na África e, em última instância, para campanhas de eliminação da doença."

FONTES:

National Institutes of Health: "Monoclonal antibody prevents malaria in small NIH trial."

The New England Journal of Medicine: "A Monoclonal Antibody for Malaria Prevention."

Organização Mundial da Saúde: “Malaria.”

Por: Dejania Oliver em Medscape

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