Uma equipe de investigadores descobriu um possível novo alvo de tratamento para o cancro do pâncreas que poderá inclusivamente ser eficaz contra as metástases.
O cancro do pâncreas apresenta um prognóstico bastante desanimador, tendo os pacientes uma sobrevida média de cerca de seis meses. Mais, apenas um em cada 20 pacientes consegue sobreviver cinco anos após o diagnóstico. O problema é que os sintomas do cancro do pâncreas só se manifestam quando este está num estado muito avançado, normalmente já com metástases.
Num estudo conduzido por investigadores da Universidade da Pensilvânia, EUA, descobriram que ao suprimirem, em ratinhos com cancro do pâncreas, um gene que codifica uma proteína conhecida como FAP (proteína de ativação dos fibroblastos), os roedores viveram mais tempo e sofreram menos metástases.
A equipa de investigadores liderada por Helen Puré tinha já descoberto que a proteína FAP ajudava a modelar a natureza física do estroma. O estroma é por vezes referido como sendo o “solo” onde o cancro se desenvolve. As condições do estroma permitirão que um tumor se desenvolva ou evitarão o crescimento do mesmo.
Para este estudo, os investigadores analisaram amostras de tecido de pacientes humanos e verificaram que os níveis da proteína FAP estavam correlacionados com o prognóstico. Os pacientes com níveis elevados de expressão da FAP nas células estromais apresentavam um tempo de sobrevida inferior aos pacientes com níveis menores de FAP.
A equipe travou a expressão da proteína FAP em ratinhos com cancro do pâncreas. Como resultado, o desenvolvimento da doença teve um atraso de cinco semanas e a sobrevida dos ratinhos foi prolongada por cerca de 36 dias.
Ao investigarem mais de perto a forma como a FAP afeta o desenrolar da doença, foi observado que os tumores sem a expressão da proteína apresentavam mais sinais de necrose e uma maior infiltração de glóbulos brancos, o que sugere que a FAP poderá evitar que o sistema imunitário controle os tumores.
Os investigadores consideram que o efeito mais significativo da FAP possa ser a redução da formação de metástases do cancro do pâncreas.
“Esta é a primeira vez que demonstramos que a FAP é importante na promoção das metástases”, disse Helen Puré. “Ao atuarmos sobre a FAP com um fármaco, talvez possamos desacelerar a disseminação do cancro, tratando tecidos distais que nem se apercebem que se estão a preparar para aceitarem células tumorais, um fenômeno referido como tratar nichos pré-metastáticos. É essa a esperança”, rematou.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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