
Uma equipe de várias instituições, liderada pelo Dr. Stefan Zipfel, fez uma análise comparativa inédita, que poderá servir de modelo para que outros países possam escapar do "fisiologismo" e das terapias puramente medicamentosas, muito usadas mesmo em condições para as quais elas não trazem resultados satisfatórios.
Segundo a análise, a medicina psicossomática na Alemanha não é sinônimo de psiquiatria e nem da psicoterapia mais comum no ocidente, representando um campo abrangente, bem como uma disciplina médica especializada.
Como consequência, a medicina psicossomática alemã tem uma base institucional maior do que em qualquer outro país, estando presente em algumas universidades como departamentos especializados.
Esta independência institucional deve-se em grande parte à não-integração da psicoterapia com a psiquiatria. Assim, a medicina psicossomática se desenvolveu de forma independente como uma base institucional e acadêmica para a psicoterapia na medicina e, posteriormente, para os modelos de cuidados integrados.
Psicoterapia na Medicina
A principal competência clínica da medicina psicossomática está na atenção integral para os seguintes transtornos: somatoforma/distúrbios funcionais, distúrbios alimentares, distúrbios psicossomáticos (incluindo psico-oncologia, psicardiologia, neuropsicossomática e psicodiabetologia) e psicotraumatologia. Há uma sobreposição com a psiquiatria nas áreas de distúrbios depressivos, de ansiedade e de personalidade.
Além disso, o sistema de seguro de saúde (público e privado) cobre os custos do tratamento com um orçamento separado daquele da psiquiatria. As despesas com cuidados de psicossomática são baseadas na duração do tratamento, e não no diagnóstico.
Clinicamente, essa psicossomática - essencialmente uma psicoterapia orientada para condições e transtornos - é um método central integrado com outros modos de terapia, onde o foco mais importante está nas interações dos pacientes com seu ambiente.
Com isto, o modelo alemão de medicina psicossomática sustenta fortemente a aplicação da psicoterapia na medicina.
O artigo comparativo foi publicado no Journal of Psychotherapy and Psychosomatics.
Com informações de Emanuela Offidani - Diário da Saúde
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