Um fármaco habitualmente prescrito para a diabetes tipo 2 pode abrandar ou atrasar o desenvolvimento da doença cardíaca nos pacientes com diabetes tipo 1, sugere um estudo publicado na revista “Cardiovascular Diabetology”.
A metformina é um fármaco habitualmente utilizado no tratamento da diabetes tipo 2 para diminuir os níveis de açúcar no sangue através da redução da produção de glicose no fígado. Apesar de o fármaco não ser administrado com regularidade nos pacientes com diabetes tipo 1, os investigadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, demonstraram que este pode promover a capacidade de o paciente reparar os danos nos vasos sanguíneos ao aumentar as células estaminais vasculares.
A doença cardíaca é a causa principal da doença dos pacientes com diabetes, sendo responsável por mais de metade das mortes. A metformina poderá ser utilizada para diminuir o risco de os pacientes com diabetes tipo 1 desenvolverem esta complicação.
Para o estudo, os investigadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, contaram com a participação de 23 indivíduos com idades compreendidas entre os 19 e os 64 anos, com diabetes há cerca de 23 anos, e que não apresentavam evidências de doença cardíaca.
Ao longo de oito semanas, os pacientes tomaram diariamente um a três comprimidos. Foram medidas as células estaminais dos pacientes diretamente no sangue e estas foram também colocadas a crescer para observar o seu comportamento. Foram ainda avaliados os danos nos vasos sanguíneos.
Os participantes foram emparelhados com nove pacientes da mesma faixa etária que estavam a ser submetidos ao tratamento habitual com insulina e com 23 indivíduos saudáveis com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos.
O estudo apurou que as células estaminais dos pacientes que tinham tomado metformina eram capazes de promover a reparação dos vasos sanguíneos, tendo-se verificado uma melhoria no funcionamento das células estaminais vasculares.
Jolanta Weave, a líder do estudo, referiu que a metformina pode ser utilizada rotineiramente pelos pacientes com diabetes tipo 1 de forma a ajudar a diminuir o risco de doença cardíaca, uma vez que este fármaco aumenta o mecanismo de reparação criado pelas células estaminais vasculares libertadas a partir da medula óssea.
A investigadora concluiu que estes resultados são um passo muito importante, uma vez que têm implicações clínicas positivas para os pacientes com risco aumentado de doenças cardiovasculares, pois melhoram as suas opções de tratamento.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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