segunda-feira, 16 de maio de 2016

Diabetes amplia risco para coração

Doença comum e que atinge grande parte da população, a diabetes envolve preocupação que vai muito além da redução de glicose no sangue. Em evento sediado na Capital e promovido pela farmacêutica Boehringer Ingelheim, em conjunto com a Lilly, empresa líder global em saúde, especialistas brasileiros e estrangeiros destacaram que a maioria das mortes de pacientes diabéticos é causada por doenças cardiovasculares.

Existem dois tipos de diabetes: na mellitus tipo 1, que é autoimune, ocorre a destruição das células beta, responsáveis pela produção de insulina. Já a mellitus tipo 2 (cerca de 90% dos casos) é caracterizada inicialmente pela resistência à insulina e perda parcial de células beta. Em 2015, a diabetes vitimou 247 mil pessoas no Brasil. No Grande ABC, foram 38 óbitos, segundo o DataSUS, banco de dados do Ministério da Saúde. Neste ano, de janeiro a fevereiro, foram registradas três mortes na região. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, atualmente o Brasil tem cerca de 12 milhões de pessoas com a doença, ocupando o quarto lugar no mundo.

As doenças cardiovasculares são algumas das complicações que a diabetes pode acarretar quando os níveis de glicose no sangue ficam descontrolados por tempo prolongado. Isso afeta as paredes arteriais, aumentando as chances de endurecimento e estreitamento dos vasos, que podem levar ao aparecimento de doença coronária, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e doença vascular periférica. O pesquisador e professor titular de Cardiologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), José Francisco Kerr Saraiva, fez um alerta. “Os diabéticos têm o dobro de risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Esse risco é quadruplicado se a pessoa já sofreu algum problema cardíaco.”

O médico apresentou dados que mostram o desconhecimento desse público sobre o tema: “Um terço dos diabéticos não sabe que a doença cardiovascular é a principal causa de morte e 50% não discutem sobre problemas cardiovasculares com seus médicos”, falou. “Não basta controlar a glicemia, mas também os lipídios, o colesterol e a pressão arterial, além de combater a obesidade.”

“Sem diminuir isso e as hospitalizações por esses problemas, é impossível que o sistema de Saúde reduza custos”, ressaltou o endocrinologista colombiano Andrés Palacio.

Medicamento

Há um ano, o mercado disponibiliza o medicamento Jardiance (empagliflozina), produzido pela aliança entre Boehringer Ingelheim e Lilly, no qual estudo publicado em setembro do ano passado apontou benefícios que auxiliam no combate às doenças cardiovasculares. As avaliações clínicas foram realizadas em mais de 15 mil pacientes diabéticos tipo 2 em diversos países, incluindo o Brasil (com mais de 500 brasileiros), mostrando que o medicamento (de 10 mg e 25 mg, ingerido uma vez ao dia), além de reduzir o excesso de glicose no sangue, pode contribuir para a perda de peso corporal, redução de circunferência abdominal e redução de pressão arterial em pacientes diabéticos.

O medicamento, contraindicado para menores de 18 anos e pessoas que não possuem o rim em pleno funcionamento e só está disponível na rede particular.

Com informações do Diário do Grande ABC Online

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