Investigadores americanos encontraram um fármaco mais eficaz para o tratamento de uma das causas mais frequente da infertilidade, a síndrome de ovário policístico, dá conta um estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.
A síndrome de ovário poliquístico afeta cerca de 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, as quais apresentam níveis excessivamente elevados do hormônio androgênio, períodos infrequentes, desenvolvimento de pequenos quistos nos ovários e problemas em engravidar.
A infertilidade causada por esta síndrome é tratada há décadas com o fármaco citrato de clomifeno, o qual estimula a ovulação. Contudo, este fármaco apresenta desvantagens. Na verdade este tem apenas um sucesso de 22% no que diz respeito a um nascimento bem-sucedido, apresenta uma elevada taxa de gravidezes múltiplas comparativamente com a reprodução não assistida, e tem ainda efeitos colaterais, como afrontamentos e alterações de humor.
Neste estudo, os investigadores da Penn State College of Medicine, nos EUA, decidiram comparar o efeito deste fármaco e do letrozol, o qual bloqueia a produção de estrogênio e está indicado no tratamento do cancro da mama.
O estudo inclui a participação de 750 mulheres inférteis com síndrome de ovário policístico, que tinham entre 18 e 40 anos de idade, e que queriam engravidar. As participantes tomaram citrato de clomifeno ou letrozol ao longo de mais de cinco ciclos, tendo a dose sido aumentada a cada ciclo.
O estudo apurou que as mulheres que tinham sido tratadas com letrozol apresentavam uma maior taxa de nados vivos do que as tratadas com citrato de clomifeno, 27,5% versus 19,1%. Foi também verificado que para as mulheres incluídas no primeiro grupo, as taxas de ovulação foram significativamente maiores, a cada visita médica mensal.
Os investigadores constataram ainda que as mulheres que tinham tomado letrozol tinham uma percentagem maior de gravidezes únicas. A toma de citrato de clomifeno foi associada a uma maior incidência de afrontamentos, enquanto o letrozol a uma maior incidência de fadiga e tonturas.
Os defeitos congênitos foram raros e semelhantes para os dois tipos de tratamento, sendo o seu número comparável com os que ocorrem nas mulheres não tratadas.
“Este é uma outra forma segura, simples e mais eficaz de ajudar a engravidar, quando encontramos soluções mais simples que a fertilizarão in vitro, devemos utilizá-las”, revelou, em comunicado de imprensa, o primeiro autor do estudo, Richard S. Legro.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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