O tempo é crucial no tratamento do câncer, e quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances de cura terá o paciente. Os avanços na medicina propiciaram a diminuição do tempo entre o diagnóstico e o começo do tratamento. Atualmente, os novos métodos permitem detectar a doença precocemente e facilitar o prognóstico e remissão do tumor. Na detecção precoce do câncer de mama, houve um aumento de 30% no número de exames realizados por mulheres na faixa etária prioritária - 50 a 69 anos.
“A detecção rápida do tumor, principalmente se descoberto no estágio inicial, é uma das principais estratégias para o melhor prognóstico. Os avanços das novas técnicas também ajudam na indicação do tratamento mais adequado, pois, cada vez mais, os resultados de exames são essenciais para que o oncologista selecione a medicação mais eficiente para cada caso”, comenta o médico patologista Venâncio Avancini Alves, da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Hoje, as técnicas mais avançadas são as tecnologias relacionadas à patologia morfológica e molecular. Segundo Alves, o trabalho integrado dos médicos radiologistas e patologistas é um caminho altamente promissor para o aumento da precisão e ganho em termos de custo-benefício.
“Esse conjunto de procedimentos diagnósticos integrados tem aproximado as duas especialidades médicas, sendo um avanço recente a proposta de laudos conjuntos. A resolução cada vez maior das imagens obtidas por ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética selecionam áreas com características de tumores que permitem a introdução de agulhas, fornecendo material celular ou tecidual para que o médico patologista possa firmar o diagnóstico de cada tipo de doença”, ressalta o médico.
Avanços
Outro campo com avanço significativo no diagnóstico dos tumores é a patologia molecular - as áreas selecionadas do tecido têm suas moléculas analisadas e suas proteínas DNA ou RNA são verificadas. A técnica é essencial para diagnosticar a doença e direcionar o tratamento.
“Na patologia molecular, a atuação dos médicos patologistas consiste na identificação do sítio de localização de cada uma dessas moléculas nos mais variados tipos de lesão, permitindo selecionar o tipo de câncer e a fase evolutiva em que há a expressão de tais moléculas. Aquelas substâncias que forem preferencialmente encontradas em um tipo de câncer são então usadas como marcadores daquela lesão, e sua identificação já se comprova muito útil no diagnóstico de tumores”, diz Alves.
Algumas técnicas já consagradas na medicina tiveram avanços tecnológicos nos últimos anos. Os exames de imuno-histoquimica, por exemplo, permitem a classificação molecular do câncer de mama, auxiliando no prognóstico e no tratamento complementar da cirurgia. Existem testes moleculares ainda mais avançados que avaliam o material genético do tumor e fornecem informações sobre a agressividade e o risco de complicações como a metástase. Os avanços tecnológicos desses exames ajudam na precisão de resultados.
“A automação é hoje uma realidade, o que garante maior reprodutibilidade das reações. A melhora dessas condições tem propiciado avanços na quantificação da expressão de diversos antígenos, especialmente com a análise computadorizada usando novos softwares, em amostras de lâminas digitalizadas de modo automatizado. Ainda que persistam entre nós muitos problemas pré-analíticos, relacionados à colheita, identificação, fixação e transporte da amostra até seu processamento laboratorial”, enfatiza o patologista.
O sequenciamento de ácidos nucleicos - estudo de sequência principalmente de DNA - também teve grande avanço nos últimos anos. “A utilização desse exame, junto aos demais informes, ajuda especialmente ao detalhar os subtipos histológicos, o grau de diferenciação e as nuances referentes ao padrão de disseminação do tumor, e têm se mostrado promissora na seleção terapêutica oncológica”, completa o médico.
Fonte: Dikajob
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