quarta-feira, 7 de maio de 2014

Aspergilose: a caminho do rastreio

Uma equipe internacional de investigadores, coordenada por investigadores portugueses, identificou um fator genético que aumenta a probabilidade de contrair aspergilose em transplantes de medula óssea, um achado que pode conduzir a um rastreio específico e minimizar as taxas de mortalidade associadas à doença.

A aspergilose é uma doença infecciosa causada por um fungo que atinge principalmente os pulmões e cujos sintomas são diversos, tais como febre, tosse com sangue, delírio, hemorragias, calafrios, coágulos sanguíneos, perda de peso, icterícia, insuficiência renal e formação de massas fúngicas.
A notícia avançada pela agência Lusa refere que este trabalho publicado na “New England Journal of Medicin” foi coordenado por Agostinho Carvalho, do Laboratório Associado ICVS/3B's da UMinho e da Universidade italiana de Perugia, contando ainda a participação de grupos de investigação das Universidades de Parma, Milão, Católica do Sagrado Coração, Itália, Leuven, na Bélgica, Regensburg e Friedrich Schiller, na Alemanha.

De acordo com os investigadores, esta descoberta "abre portas para novas intervenções terapêuticas e permitirá realizar um rastreio específico, no sentido de minimizar os riscos de desenvolvimento desta doença infecciosa com elevada taxa de mortalidade".

O estudo "demonstra que alterações específicas no genoma humano do doador de medula influenciam de forma significativa a suscetibilidade de pacientes à infecção por aspergillus fumigatus (fungo responsável pela aspergilose)".

A Universidade do Minho adianta que "estas alterações no gene da pentraxina 3 (PTX3) do doador conduzem a uma redução considerável dos níveis de PTX3 no doente durante o processo de reconstituição do sistema imunológico, diminuindo assim a sua capacidade em eliminar o agente patogênico".
Agostinho Carvalho sublinha que "o trabalho contribui para aumentar a capacidade dos clínicos em definir subpopulações de elevado risco para o desenvolvimento de aspergilose invasiva, o que contribuirá para a definição e otimização de estratégias preventivas".

Para além das variações genéticas no sistema imunológico, são vários os fatores que contribuem para o aumento de infecções fúngicas em pessoas sujeitas a transplantes de medula óssea, sendo que entre cinco a 15% destes doentes desenvolvem infecções que resultam em taxas de mortalidade muito elevadas, apesar de existirem fármacos para o efeito.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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