Se você ainda acredita que o famoso formato "dupla hélice" no corpo humano é exclusividade do DNA, é porque perdeu a descoberta da segunda dupla hélice no corpo humano, ocorrida há pouco mais de um mês.
Mas chegou a tempo da descoberta da terceira dupla hélice, agora encontrada no RNA por cientistas canadenses e alemães.
RNA de dupla hélice
O DNA codifica o material genético passado de geração em geração.
Para que a informação codificada no DNA seja usada para criar as proteínas e enzimas necessárias para a vida, entra em ação o ácido ribonucleico (RNA), o material genético de cadeia simples encontrado nos ribossomas das células, que serve como intermediário.
Embora geralmente seja uma cadeia simples, cientistas previram que algumas sequências de RNA teriam a capacidade para formar uma dupla hélice, assim como o DNA - essa previsão foi feita em 1961, mas nunca foi confirmada.
Agora, mais de cinquenta anos depois, cientistas conseguiram cristalizar uma sequência de RNA curto, chamada poli(rA)11, confirmando a hipótese de um RNA de hélice dupla.
A estrutura 3D detalhada foi descoberta por Kalle Gehring (Universidade McGill), George Sheldrick (Universidade de Göttingen) e Christopher Wilds (Universidade de Concordia).
Bionanomáquinas
O Dr. Gehring disse que a identificação do RNA de dupla hélice terá aplicações interessantes para a pesquisa em nanomateriais biológicos e química supramolecular.
Os ácidos nucleicos têm propriedades excepcionais de auto-reconhecimento, abrindo caminho para sua utilização na fabricação de bionanomáquinas, dispositivos em nanoescala criados usando a biologia sintética.
"Bionanomáquinas são vantajosas devido ao seu tamanho extremamente pequeno, baixo custo de produção e a facilidade com que podem ser modificadas," disse Gehring. "Muitas bionanomáquinas já afetam nossas vidas cotidianas como enzimas, sensores, biomateriais e terapêutica médica".
Segundo ele, a comprovação do RNA de dupla hélice poderá também ter diversos benefícios para os tratamentos médicos e curas para doenças, além de ajudar a regenerar os tecidos biológicos.
Fonte: Diário da Saúde
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