terça-feira, 30 de julho de 2013

Importância da insulina na produção do leite materno

Investigadores americanos encontram mais evidências referentes ao papel da insulina no sucesso da lactação, dá conta um estudo publicado na revista “Plos One”.

Este estudo levado a cabo  pelos investigadores do Hospital Pediátrico de Cincinnati e da Universidade de California Davis, nos EUA, é o primeiro a descrever como a glândula mamária humana se torna altamente sensível à insulina durante a lactação. Foi também descoberta a forma  como alguns genes são ativados na glândula mamária durante a lactação.

Estudos realizados pela mesma equipe de investigadores já tinham demonstrado que as mães com marcadores sub-ótimos do metabolismo da glicose, como ter excesso de peso, ter uma idade materna avançada, ou o recém-nascido ter excesso de peso à nascença, demoravam mais tempo a produzir leite, sugerindo que a insulina desempenhava um papel na glândula mamária.

Durante muito tempo pensava-se que a insulina não desempenhava um papel direto na regulação das células produtoras de leite. Contudo, os investigadores acreditam atualmente que a insulina faz mais do que facilitar a absorção de glicose.

“Este novo estudo mostrou uma alteração dramática no receptor da insulina e nos sinais associados, durante a transição da mama para uma biofábrica que produz quantidade massiva de proteínas, gordura e hidratos de carbono para alimentar o bebe recém-nascido”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo Laurie Nommsen-Rivers.

Neste estudo os investigadores utilizaram um método não invasivo, capaz de captar o RNA da glândula mamária em amostras de leite materno humano. Desta forma, conseguiram criar a primeira biblioteca de genes expressos pela glândula mamária através da utilização da tecnologia de sequenciação do RNA.

Esta ferramenta revelou um retrato altamente detalhado dos genes que são expressos nas células produtoras de leite. Os investigadores apuraram que no decorrer das transições da glândula mamária, desde a pequena produção de colostro nos primeiros dias até à produção copiosa na lactação madura, alguns genes eram expressos e outros reprimidos.

O estudo apurou que, em particular, o gene PTPR, que é conhecido por suprimir os sinais intracelulares que são habitualmente despoletados pela ligação da insulina ao seu receptor, poderia funcionar como marcador que relaciona a resistência à insulina com produção insuficiente de leite.

Atualmente os investigadores estão a planear o ensaio clínico com um fármaco, utilizado no controlo da glicose na diabetes tipo 2, para determinar se melhora a ação da insulina na glândula mamária e, consequentemente, a produção de leite.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.