quarta-feira, 10 de julho de 2013

Esclerose múltipla: novo tratamento promissor

Um novo tratamento para esclerose múltipla, que redefine o sistema imunológico dos pacientes, mostrou ser seguro e bem tolerado, dá conta um estudo publicado na revista “Science Translational Medicine”.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, uma condição na qual o sistema imunológico ataca e destrói os tecidos saudáveis. No caso da esclerose múltipla o alvo é uma proteína, a mielina, que isola as células nervosas em torno da espinal medula, cérebro e nervo ótico. Quando este isolamento é destruído, os sinais elétricos não podem ser eficazmente conduzidos o que resulta em sintomas que podem variar desde dormência dos membros à paralisia ou cegueira.  

Neste ensaio, os investigadores da Northwestern University Feinberg School of Medicine, nos EUA, utilizaram os leucócitos dos próprios pacientes para inserir bilhões de antígenos de mielina no seu organismo, de modo a que o sistema imunológico os reconhecesse como inofensivos e desenvolvesse tolerância à mielina.

O estudo apurou que esta terapia foi segura, bem tolerada e também reduziu a reatividade do sistema imunológico à mielina em cerca de 50 a 75%. “A terapia interrompeu as respostas autoimunes que já estavam ativadas e impediu a ativação de novas células autoimunes”, revelou, em comunicado de imprensa, o coautor do estudo, Stephen Miller.

Um dos problemas das atuais terapias contra a esclerose múltipla é que uma vez que envolvem a supressão total do sistema imunológico, os pacientes ficam mais susceptíveis a infecções e apresentam também uma maior taxa de cancro.

Contudo os investigadores verificaram que este novo tratamento não afetava a capacidade do sistema imunológico responder à infecção por patógenos. ”A nossa abordagem deixa a função do sistema imunológico intacta”, referiu o investigador.

Na opinião dos autores do estudo este tipo de abordagem poderá ser utilizada para tratar outras doenças autoimunes e mesmo alergias, basta acoplar o conjunto de antígenos específicos aos leucócitos.


Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.