Uma equipe de investigadores da University of Texas em Arlington, EUA, descobriu dois compostos à base de ruténio que poderão promover tratamentos que controlem o crescimento das células cancerígenas de forma mais eficaz e com menos toxicidade do que a quimioterapia usada atualmente.

A cisplatina é um dos fármacos mais comuns utilizados no combate do cancro, revelando-se muito eficaz no tratamento de vários tipos da doença. No entanto, não funciona com todos os tipos de doenças oncológicas e pode produzir efeitos secundários graves para o doente.
A equipe que se está a dedicar a este estudo tem como objetivo encontrar tratamentos baseados em metal que sejam um complemento dos tratamentos existentes baseados em platina, como a cisplatina.
Os testes conduzidos pelos investigadores demonstraram que ao contrário da cisplatina, os compostos polipiridil de ruténio eram erradicados do organismo sem alterações e sem efeitos visíveis no metabolismo e na função renal. Foi observado que as células saudáveis conseguiam suportar quase 10 vezes mais a exposição aos compostos de ruténio que as células cancerígenas. O estudo apurou igualmente que os compostos polipiridil de ruténio atuavam sobre as células que se encontravam em hipóxia, ou seja, com baixos níveis de oxigênio.
Fred MacDonnell, professor de química e bioquímica na University of Texas em Arlington, e um dos investigadores neste estudo, explicou que “os fármacos para o cancro disponíveis atualmente no mercado são menos eficazes em condições hipóxicas ou insensíveis a concentrações de oxigênio”, acrescentando que “devido ao fato de muitos tumores estarem sob stress hipóxico e muitas células normais não estarem, o fato de se obter algo que se torna mais eficaz sob poderia ser realmente benéfico para o paciente”.
O investigador Fred MacDonnell afirmou ainda que o aumento da eficácia dos compostos de ruténio contra as células malignas poderá dever-se ao fato de esses compostos poderem atingir mais facilmente as células cancerígenas, as quais tendem a ser metabolicamente mais ativas que as células saudáveis. Essa hipótese deverá no entanto ser submetida a estudos mais aprofundados pela equipe.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.