Metacognição
Os parentes animais mais próximos dos seres humanos, os chimpanzés, têm a capacidade de "pensar sobre o pensamento" - o que é chamado de metacognição.
A metacognição é a capacidade de reconhecer o próprio estado cognitivo - por exemplo, pensar se você sabe ou não sabe algo.
"Tem havido um debate intenso na literatura científica nos últimos anos sobre se a metacognição é exclusiva dos seres humanos," afirmam Michael Beran e Bonnie Perdue (Universidade da Georgia) e David Smith (Universidade Buffalo).
"A demonstração da metacognição em primatas não-humanos tem implicações importantes sobre o surgimento da mente autorreflexiva durante a evolução cognitiva dos seres humanos," afirma a equipe.
Sei ou não sei, eis a questão
Para demonstrar a metacognição, os chimpanzés foram treinados para usar um sistema semelhante a uma linguagem de símbolos para dar nomes às coisas, dando aos cientistas uma maneira única para avaliar os estados de saber ou não saber dos animais.
No experimento, os pesquisadores avaliaram os chimpanzés em uma tarefa que exigia que eles usassem símbolos para nomear o alimento que estava escondido nas proximidades.
Se um pedaço de banana estivesse escondido, os chimpanzés podiam relatar tocando no símbolo equivalente à banana - e ganhar a comida.
Os pesquisadores então começaram a fornecer informações que podiam ser completas ou incompletas sobre a identidade das recompensas alimentares.
Em alguns casos, os chimpanzés já tinham visto o item que estava disponível no local escondido, podendo nomeá-lo imediatamente, sem precisar ir olhar para o item no local escondido para ver o que era.
Em outros casos, eles não podiam saber o item que estava lá.
Ao serem perguntados, eles então se moviam e iam espiar antes de dar a resposta.
Segundo os pesquisadores, isto mostra que os animais pensam sobre o que sabem, apertando diretamente o botão ou indo ver quando não tinham a informação necessária.
Eles comparam isso aos jogos de auditório, em que um participante pode pedir ajuda aos universitários para continuar no jogo ou arriscar tudo se acredita que sabe a resposta - em ambos os casos, homem e chimpanzé avaliam seu próprio nível de conhecimento.
"Esse padrão de comportamento reflete uma capacidade de busca de informação controlada, que serve para dar suporte a uma resposta inteligente, e sugere fortemente que nossos parentes vivos mais próximos têm habilidades metacognitivas estreitamente relacionadas às dos seres humanos," concluem os pesquisadores.
Fonte: Diário da Saúde