domingo, 17 de março de 2013

Saiba como prevenir e tratar a incontinência urinária


No mês em que é lembrado o Dia Mundial da Incontinência Urinária (14 de março), problema caracterizado pela perda involuntária de urina, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado a Lado pela Vida fazem campanha para alertar para as formas de prevenção e conscientizar a população de que há tratamentos extremamente eficazes e minimamente invasivos para o retorno do controle miccional. A incontinência urinária abala a qualidade de vida ao afastar o doente do convívio social.

A campanha é promovida no Facebook da SBU e também pelo site criado exclusivamente para a ação: www.incontinenciaurinaria.com.br.

O problema atinge principalmente mulheres após a menopausa e gestantes. Um estudo brasileiro demonstrou que 35% das mulheres após a menopausa sofrem de incontinência urinária ao fazer algum esforço. “Outro dado importante é que até 40% das mulheres gestantes vão apresentar um ou mais episódios de incontinência urinária durante a gestação ou logo após o parto. Vários fatores podem desencadear este problema, como por exemplo, alterações hormonais durante a gestação, enfraquecimento das estruturas ligamentares da pelve e aumento da pressão no abdome, gerada pelo crescimento e posição do feto”, explica o urologista e coordenador do Departamento de Uro-neurologia da SBU, Márcio Averbeck.

Entre os homens, cerca de 5% dos submetidos à cirurgia radical para remoção da próstata também podem apresentar o problema. Outro grupo de pacientes que tem incidência aumentada de incontinência urinária é o de lesados medulares, devido ao aumento dos acidentes de trânsito com vítimas não fatais.

Tipos de incontinência:
- a de esforço: quando há perda de urina ao tossir, rir, fazer exercício, etc.
- a de urgência: ocorre quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro.
- a mista: associação os dois tipos anteriores.

“Mais da metade dos casos de incontinência urinária é de esforço”, afirma Averbeck. Neste caso, o tratamento consiste em exercícios para o assoalho pélvico, medicamentos ou cirurgia. Entre as novidades em tratamentos está a cirurgia para implante de slings e minislings, uma fita de material sintético colocada abaixo da uretra para sua sustentação. Ambas cirurgias são ambulatoriais e há melhora em até 90% dos casos.

Prevenção

 A prevenção à doença se dá com administração de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. O exercício consiste na contração do assoalho pélvico por 10 segundos e o relaxamento por 10 segundos. O movimento deve ser repetido 10 vezes por, pelo menos, três vezes ao dia. Estes músculos são importantes para o controle da micção.

“A primeira opção de tratamento é o exercício acompanhado por um médico ou fisioterapeuta para conscientização do músculo que precisa ser contraído. Em muitos casos, o exercício já resolve o problema, por isso é necessário consultar o urologista”, diz Averbeck.

Além dos exercícios, ter hábitos saudáveis auxiliam na prevenção, tais como: evitar o sedentarismo e a obesidade; controlar o ganho de peso nas gestações; evitar a prisão de ventre; não fumar para diminuir a tosse e a irritação da bexiga.

A SBU ressalta ainda que é preciso prevenir acidentes que levem à lesão medular:

- Não beber e dirigir para evitar acidentes de trânsito;
- Não mergulhar de cabeça em praias e rios sem conhecê-los;

Bexiga hiperativa

Outra causa para a incontinência urinária é a bexiga hiperativa. Esta pode ser a causa da urgência para urinar e, em alguns casos, pode estar associada à contração involuntária da bexiga em momentos inapropriados, o que causa a perda da urina. Estima-se que 18% da população adulta no Brasil sofra de bexiga hiperativa.

Neste caso, a fisioterapia e o uso de medicamentos via oral também podem ser eficazes. Nos casos nos quais os tratamentos conservadores não funcionam, ainda existe a possibilidade de implantar um aparelho capaz de estimular eletricamente os nervos da pelve, ou então administrar toxina botulínica diretamente no músculo da bexiga. As opções de tratamento são bem diversificadas.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)