segunda-feira, 11 de março de 2013

Armazenamento de gordura pelo nosso corpo quando comemos a noite


Ritmo circadiano

Os cientistas já demonstraram que o horário das refeições é tão importante quanto o que você come.

Uma das hipóteses para essa relação é que a atividade da insulina é controlada pelo relógio biológico, ou ritmo circadiano do corpo.

Mas faltava comprovar definitivamente uma relação causal em toda a cadeia de eventos que vai desde o comer fora de hora até o acúmulo de gordura no organismo.

Owen McGuinness e seus colegas da Universidade Vanderbilt (EUA) afirmam agora ter comprovado uma conexão entre a atividade da insulina e nosso ritmo circadiano.

Isso sugere que uma quebra sistemática em nosso ritmo biológico pode levar à obesidade, aumentando o risco de diabetes e doenças cardiovasculares.

Insulina e resistência à insulina

Nos últimos anos, vários estudos têm encontrado uma série de ligações entre o funcionamento do relógio biológico do corpo e vários aspectos do metabolismo, os processos físicos e químicos que fornecem energia e produzem, mantêm ou destroem tecidos.

Geralmente se assume que estas variações são causadas em resposta à insulina, que é um dos mais potentes hormônios metabólicos.

No entanto, ninguém tinha realmente comprovado que a ação da insulina segue um ciclo de 24 horas, ou o que acontece quando o relógio circadiano do corpo é interrompido.

A insulina, que é produzida no pâncreas, desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo das gorduras e carboidratos. Quando comemos, nossa digestão decompõe os carboidratos nos alimentos em glicose, um açúcar simples, que é absorvido para a corrente sanguínea.

Um excesso de glicose no sangue é tóxico, por isso um dos papéis da insulina é estimular a transferência da glicose para nossas células, removendo assim o excesso de glicose no sangue.

Especificamente, a insulina é necessária para mover a glicose para as células do fígado, músculos e tecido adiposo. Ela também bloqueia o processo de queima de gordura para obter energia.

A ação da insulina - a capacidade do hormônio para remover a glicose do sangue - pode ser debilitada por uma série de fatores, um fenômeno denominada de "resistência à insulina", porque o corpo passa a resistir à ação normal da insulina.

Comer na hora certa

Os cientistas descobriram que os animais de laboratório - que são noturnos, com um ritmo circadiano que é um espelho exato do humano - são relativamente resistentes à insulina durante seus momentos de sono e inatividade.

Mas eles se tornam mais sensíveis à insulina - mais capazes de retirar glicose do sangue - durante a fase de alimentação e atividade no seu ciclo de 24 horas.

Como resultado, a glicose é convertida em gordura principalmente durante a fase inativa, e usada como energia e para a construção de outros tecidos durante a fase de alta atividade.

"É por isso que é bom comer durante o dia e não comer nada entre o jantar e café da manhã," diz Carl Johnson, coautor do estudo.

Fonte: Diário da Saúde