domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vacinação mais segura


Investigadores americanos desenvolveram uma nova forma de administração de vacinas, através de um adesivo, que poderá ser mais benéfica do que os meios de vacinação atuais, de acordo um estudo publicado na revista “Nature Materials”.

As vacinas consistem habitualmente em vírus inativos que preparam o sistema imunológico para responder a possíveis ataques posteriores. Contudo, este tipo de abordagem pode ser um pouco arriscado perante determinados vírus, nomeadamente o HIV. Nos últimos anos, a comunidade científica tem explorado, como uma potencial alternativa, as vacinas de DNA. No entanto, até à data não se obtiveram resultados eficazes nos humanos.

Neste estudo, os investigadores MIT desenvolveram uma nova forma de administração que pode aumentar a eficácia das vacinas de DNA. Caso se comprove o seu sucesso nos humanos, estas não só ultrapassariam a segurança relativamente aquelas que utilizam vírus vivos inativos, como também seriam mais estáveis, com um menor risco associado e possibilidade de serem armazenadas à temperatura ambiente. Este tipo administração de vacina também eliminaria a necessidade de injeção.  

Neste estudo liderado por Darrell Irvine e Paula Hammond, os investigadores criaram um adesivo constituído por múltiplas camadas de polímeros, embebidos na vacina de DNA. Estes filmes poliméricos são implantados na pele através de microagulhas que penetram cerca de meio milímetro. Esta é uma profundidade suficiente para administrar o DNA nas células do sistema imunológico da epiderme, mas não é uma profundidade suficiente para causar dor nas terminações nervosas da derme.

Uma vez na pele, os filmes são degradados quando entram em contato com a água, libertando a vacina ao longo de dias ou semanas. À medida que o filme se desintegra, as cadeias de DNA ficam agarradas ao polímero, protegem o DNA e ajuda-o a chegar ao interior das células. Estudos realizados em animais revelaram que este método é eficaz.

Os investigadores estão agora a realizar testes em primatas antes de prosseguir para os testes em seres humanos. Caso seja bem-sucedido, este sistema transdérmico de administração de vacina pode potencialmente ser utilizado para administrar vacinas capazes de proteger contra várias doenças. 

O estudo refere que dependendo da doença em causa a sequência de DNA pode ser facilmente alterada.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.