terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Investigadores curam diabetes tipo 1 em cães


Terapia genética aplicada no estudo poderá ser no futuro, acreditam os cientistas, utilizada em humanos

Investigadores da Universidade Autônoma de Barcelona, dirigidos por Fátima Bosh, conseguiram curar a diabetes em cães com só um tratamento de terapia genética. O estudo, publicado na revista Diabetes, refere que depois de um só tratamento, os animais recuperaram o seu estado de saúde, deixando de ter sintomas da doença.

O acompanhamento foi realizado ao longo de mais quatro anos e em nenhum dos casos, a enfermidade voltou a aparecer. “A terapia é muito pouco invasiva. Consiste em uma só sessão de diversas injeções nas patas traseiras do animal”, explicam os investigadores.

Com as injeções são introduzidos vetores de terapia genética com um duplo objetivo: a expressão genética da insulina e da glicoquinase. Esta última é uma enzima que atua como regulador da captação da glicose do sangue. Quando ambos os genes atuam simultaneamente funcionam como um “sensor de glicose”, conseguindo a regulação automática da captação da glicose e reduzindo assim a hiperglicemia (excesso de açúcar associado à doença).

“O estudo é a primeira demonstração de cura da diabetes a longo prazo num modelo animal grande, através da terapia genética”, sublinha Bosh. Este tipo de tratamento já tinha sido testado em ratinhos pelo mesmo grupo de investigadores. Mas os “excelentes resultados” obtidos agora com animais maiores podem ser uma base para futuras aplicações em humanos.

O estudo disponibiliza bastantes dados que certificam a segurança e a eficácia do tratamento com esta terapia genética. Esta baseia-se na transferência de dois genes para o músculo de animais adultos utilizando uma nova geração de vetores adeno-associados, que derivam de um vírus não patogênico amplamente utilizados em terapia genética e que já demonstraram eficiência no tratamento de outras doenças.

Artigo: Reversal of Type 1 Diabetes by Engineering a Glucose Sensor in Skeletal Muscle

Fonte: Ciência Hoje