Um relatório publicado recentemente vem alertar para o fato de muitas das chamadas bebidas energéticas possuírem ingredientes que exercem um efeito nocivo sobre a saúde dos adolescentes, especialmente quando misturadas com álcool.
As bebidas energéticas contêm cafeína e são promovidas pelos seus efeitos de melhoramento do desempenho, de fortalecimento do sistema imunitário e por produzirem uma alta em termos de adrenalina.
Publicado na “Pediatrics in Review”, com o título "Energy Drinks: What Teenagers (and Their Doctors) Should Know” (“Bebidas energéticas: o que os adolescentes (e os seus médicos) devem saber”), o relatório apresenta fatos comprovados relativamente ao conteúdo, benefícios, e riscos deste tipo de bebidas para os adolescentes.
O artigo refere que as bebidas energéticas mais conhecidas contêm elevadas quantidades de cafeína e outros estimulantes que potenciam os efeitos da cafeína. Uma bebida energética possui 160 mg de cafeína, ao passo que um café possui cerca de 100 mg. A cafeína exerce um efeito nocivo na saúde dos adolescentes como a desidratação, problemas digestivos, obesidade, ansiedade, insônia e taquicardia.
Segundo Kwabena Blankson, especialista em medicina de adolescentes no Naval Medical Center in Portsmouth, Virginia, EUA, um adolescente não deveria consumir mais de 100 mg de cafeína por dia. Adicionalmente, outros ingredientes incluídos nas bebidas energéticas, como a taurina, o ginseng e o guaraná, potenciam os efeitos da cafeína.
Quando são misturadas com álcool, as bebidas energéticas apresentam ainda mais perigos para a saúde dos adolescentes, além do risco de abuso das mesmas. Uma vez que quem as consome não nota os efeitos do álcool, ficando o consumidor com a sensação de estar menos alcoolizado do que na realidade está. O consumo de uma bebida energética com álcool poderá ser o equivalente a uma garrafa inteira de vinho e muitos cafés.
O organismo sabe quando e que quantidade de álcool consome e emite um sinal sempre que a pessoa deve parar e descansar. Muitas pessoas tentam ignorar e ultrapassar estes sinais através do consumo de bebidas energéticas com álcool. Estas bebidas misturadas com álcool neutralizam a autorregulação que evita os exageros, atesta um estudo conduzido por Cecile Marczinski, psicóloga da Northern Kentucky University, EUA.
Em 2011, aproximadamente 42% dos episódios nas urgências nos EUA estavam relacionados com o consumo de bebidas energéticas misturadas com álcool ou medicamentos.
Kwabena Blankson conclui que as bebidas energéticas possuem demasiada cafeína e outros aditivos acerca dos quais não existe ainda muita informação. O clínico aconselha, portanto, a adoção de outras formas para promover a energia, como seguir uma alimentação saudável, praticar exercício físico e dormir o número de horas necessárias.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.