quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Computador faz diagnóstico de câncer melhor que patologistas

É grave ou não?

O número de prognósticos de câncer incorretos poderá ser reduzido pela metade usando uma técnica de análise dos exames feita por computador.

Hoje, um número grande demais pacientes com câncer recebe tratamento desnecessário, ou não recebe o tratamento adequado, porque "os patologistas simplesmente não sabem o suficiente para avaliar corretamente" os prognósticos da doença.

Esta é a declaração contundente de Havard Danielsen e Fritz Albregtsen, da Universidade de Oslo, na Noruega.
Segundo eles, a certeza do prognóstico emitido pelos patologistas é de apenas 60% - pouco mais preciso do que atirar uma moeda para cima, que dá uma média de 50% para cada lado.

Erros pela metade

Na tentativa de minimizar essa deficiência, os dois pesquisadores passaram 20 anos desenvolvendo um método totalmente automatizado para analisar as imagens laboratoriais e emitir um prognóstico com mais precisão.

A avaliação da técnica computadorizada indicou que o programa pode determinar a gravidade de um prognóstico de câncer com 80% de certeza.

Embora esteja ainda distante dos desejáveis 100%, isto significa que o número de erros poderá ser reduzido pela metade.

Segundo os dois pesquisadores, dentro de alguns anos o método poderá ser utilizado em hospitais, inicialmente com pacientes com câncer de ovário, do intestino ou da próstata.

Eles agora estão trabalhando para incluir dados de outros tipos de câncer.

Fraquezas da patologia

Os prognósticos do câncer - a avaliação da gravidade da doença e de como ela tende a se comportar - são feitas hoje estudando amostras de biópsias em um microscópio.

Foi esta análise que os dois médicos descobriram que pode ser feita com precisão muito maior pelo computador do que aquela que é realizada hoje pelos técnicos.

"A patologia é uma parte cientificamente vulnerável da medicina. Quando os patologistas examinam uma seção [de tecido] eles precisam comparar os resultados com a sua própria memória. Os resultados podem variar de patologista para patologista. E os resultados também podem variar para o mesmo patologista entre segunda e sexta-feira," disse o Dr. Havard Danielsen.

"Embora os patologistas possam diagnosticar o câncer com 100 por cento de certeza, a avaliação da gravidade do câncer, e quão longe ele já avançou, é muito incerto. Não há respostas absolutas 'sim' ou 'não'. A resposta determina se o paciente recebe o tratamento A ou B. Os patologistas discordam porque os métodos não são bons o suficiente. Suas análises são baseadas em seu melhor julgamento," complementa o pesquisador.

Os dois cientistas destacam que o método não irá substituir os patologistas, mas será uma ferramenta para ajudá-los.

Fonte: Diário da Saúde