quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Biossensor usa técnica natural para detectar cocaína


Sensores vivos

Os seres vivos estão repletos de sensores naturais altamente eficientes.
Sua mão é um excelente sensor de calor, por exemplo - toque em algo e você imediatamente poderá dizer se está quente ou frio, ou com uma temperatura similar à do seu corpo.
Mas nossos sensores mais versáteis estão no paladar e no olfato.

Há anos os cientistas vêm tentando reproduzir essa capacidade natural de detectar moléculas, construindo os chamados biossensores, capazes de detectar indicadores de drogas - e também de doenças.
Já existem biossensores capazes de detectar infecções no pulmão pelo ar expirado, bem como o câncer pelo hálito ou infecções em queimaduras.

Janela de concentração

O grande desafio é detectar a substância de interesse quando as moléculas estão em concentrações muito baixas.
"Os biossensores mais recentes, mais rápidos e mais fáceis de usar, desenvolvidos para determinar os níveis de várias moléculas, tais como fármacos e biomarcadores de doenças no sangue, apenas funcionam quando a molécula está presente em uma determinada concentração, chamada de janela concentração," explica o professor Alexis Vallée-Bélisle, da Universidade de Montreal (Canadá).

"Abaixo ou acima dessa janela, os biossensores atuais perdem muito de sua precisão," completa.
Foi por isso que ele e seu colega Alessandro Porchetta se voltaram para o nível celular, em busca de aumentar a capacidade de detectar moléculas em concentrações muito baixas.

Sensor de cocaína

O estudo do mecanismo que as células usam para detectar moléculas ao seu redor permitiu que eles reprojetassem um biossensor já desenvolvido para detectar cocaína, mas que não atingiu toda a precisão desejada.

O resultado é que o novo sensor de cocaína inspirado na natureza não apenas ficou muito mais preciso, mas tornou-se capaz de detectar uma série de moléculas inibidoras.

Além da aplicação bastante óbvia de detectar a droga - compondo os chamados narizes eletrônicos - os pesquisadores agora pretendem adaptar sua tecnologia para uso em outras áreas, sobretudo no diagnóstico e administração de medicamentos para o câncer.

Fonte: Diário da Saúde