sábado, 26 de janeiro de 2013

Tipo de colesterol quase desconhecido pode ser o pior de todos


Pior tipo de colesterol

Você já ouviu falar muitas vezes de colesterol bom e colesterol ruim.
Mas já ouviu algo sobre "colesterol horrível"?
Segundo cientistas dinamarqueses, é esse "colesterol horrível" o responsável pelo aumento do risco de ataques cardíacos isquêmicos - o risco chega a ser três vezes maior para os portadores desse tipo de colesterol.
Embora os cientistas tenham dividido o colesterol entre bom e ruim, ninguém até hoje sabia explicar porque muitas pessoas com níveis normais de colesterol também desenvolvem as doenças cardiovasculares.

Colesterol remanescente

Enquanto o nome de "colesterol ruim" vai para as LDL (Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade baixa), o "colesterol muito ruim" é derivado das VLDL (Very Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade muito baixa).
Ele também é conhecido como colesterol remanescente, já que é formado por partículas remanescentes de colesterol, algo parecido com uma "sobra de colesterol" - isso faz com que esse tipo de colesterol responda também pela sigla RLP (remnant-like particle, partículas similares a sobras, em tradução livre).
"Um alto nível de colesterol horrível é resultado de níveis elevados de gordura normal no sangue (triglicérides). As causas mais importantes do colesterol muito ruim alto são o sobrepeso e a obesidade. Pessoas com colesterol muito ruim alto devem ser aconselhadas a perder peso, mas drogas como estatinas e fibratos também podem reduzir os níveis de colesterol horrível no sangue," diz o Dr. Borge Nordestgaard, da Universidade de Copenhague.

Metabolização do colesterol

Um novo estudo realizado pela equipe do Dr. Nordestgaard demonstrou que não é exatamente o colesterol ruim, mas o colesterol horrível, o grande responsável pelo risco cardiovascular.
"O colesterol LDL, ou mau colesterol, é obviamente ruim, mas nosso novo estudo revelou que é o colesterol horrível a causa direta da arteriosclerose, o endurecimento das artérias, que resulta em ataques cardíacos isquêmicos e morte prematura," diz o pesquisador.
O estudo analisou 73.000 pessoas, mostrando que quem tem altos níveis de colesterol RLP, ou colesterol remanescente, têm três vezes mais chance de ter esse um ataque cardíaco isquêmico, que é causado pela falta de oxigênio no músculo cardíaco devido ao estreitamento das artérias.
Normalmente o colesterol remanescente é metabolizado pelo fígado, mas parece haver indivíduos em que essa metabolização fica comprometida, o que foi o foco deste estudo.
Os pesquisadores identificaram 20.000 pessoas, dentre as 73.000 pesquisadas, que apresentavam níveis elevados de colesterol remanescente, eventualmente devido a predisposições genéticas.

Medicamentos e exames

"Eu espero que esse novo conhecimento leve a melhores tratamentos preventivos, e espero também que a indústria farmacêutica possa desenvolver novas drogas destinadas especificamente para baixar índices elevados do colesterol horrível," concluiu o pesquisador.
Outra esperança é que os pesquisadores possam desenvolver exames capazes de detectar o colesterol remanescente em testes normais de sangue, como os usados hoje para detectar os níveis de colesterol bom e ruim e triglicérides.
O estudo mostrou que há uma correlação direta entre o nível de triglicérides no sangue e os elevados níveis de colesterol remanescente.

Fonte: Diário da Saúde