domingo, 8 de julho de 2012

Planejamento, Controle e Função do Farmacêutico Hospitalar


Instrumento de gestão indispensável em uma farmácia hospitalar  é o planejamento, processo de estabelecer objetivos e linhas de ação adequadas para alcançá-los. O controle, por sua vez, encarrega-se de assegurar o êxito dos planos elaborados.


O planejamento na farmácia hospitalar, como em todas as organizações, se inter-relaciona com as demais funções administrativas. O sucesso do planejamento depende da eficiência de outras funções e essas existem em consonância com o planejamento. Portanto, a organização, a direção e o controle não têm razão de ser se não existir um planejamento para assegurar a organização e que defina a direção a caminhar e o que controlar. Um serviço de farmácia deverá ser administrado por um profissional Farmacêutico  com qualificação e experiência em farmácia hospitalar.    

O serviço de Farmácia deve dispor de um número adequado de Farmacêuticos e profissionais de apoio (nível médio) qualificados e competentes. A SBRAFH preconiza que a unidade de farmácia hospitalar deve contar com, no mínimo, um Farmacêutico  para cada 50 leitos. O número de auxiliares de Farmácia dependerá da disponibilidade de recursos e do grau de informatização da unidade. Na ausência destes recursos, deve existir, no mínimo, um auxiliar para cada dez leitos.

O perfil do Farmacêutico hospitalar deve abranger as habilidades, destrezas, comportamentos e atitudes consideradas fundamentais para o Farmacêutico moderno segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que inclui na descrição das características do Farmacêutico moderno:

Capacidade Técnica de Prestação de Serviço

O Farmacêutico é um prestador de serviços clínicos, analíticos e tecnológicos aos indivíduos, comunidades e instituições. A prática assistencial deve ser contínua, de alta qualidade e integrada aos sistemas de saúde. Portanto, exige-se boa formação técnica.

Poder de Decisão  

A base de trabalho do Farmacêutico deve ser a utilização adequada, eficaz, com análise de custo e efetividade dos recursos (materiais e humanos) empregados. Para atingir esta meta é necessária habilidade de avaliar, sintetizar e decidir pela estratégia de ação mais eficaz.

Capacidade de Comunicação               

Habilidade de comunicação verbal, não verbal, escrita e escuta são essenciais para a prática assistencial, pois o Farmacêutico interage com pacientes, com as equipes de saúde e administrativa.            
Liderança

O Farmacêutico deve assumir, muitas vezes, uma posição de liderança para desenvolver suas atividades. Liderança envolve solidariedade e empatia, assim como a habilidade para decidir, comunicar e gerenciar de forma efetiva.

 Habilidade Gerencial

O Farmacêutico  deve gerenciar de forma eficaz os recursos (humanos e físicos) e a informação. Como gerente de nível intermediário deve possuir boa integração e relação com os níveis hierárquicos da instituição.

Aperfeiçoamento Profissional

O avanço tecnológico e a produção técnico-científica do mundo moderno exigem a atualização constante dos profissionais. A disponibilidade para aprender novas metodologias e reciclar conhecimentos é essencial.

Capacidade de Ensinar

O Farmacêutico, na vida profissional, necessita transmitir o conhecimento e elaborar procedimentos, visando melhorar as habilidades da equipe de trabalho.

 Os níveis de autoridade e áreas de responsabilidade devem ser claros; a supervisão e o controle do pessoal devem ser desenvolvidos adequadamente. As atribuições de cada categoria profissional devem estar bem estabelecidas e deverão ser revisadas quando necessário. É importante o serviço dispor de manual contendo essas atribuições para conhecimento e consulta de todos os funcionários.

Uma gestão de recursos humanos adequada, coordenada pelo chefe do serviço com auxílio dos supervisores, irá garantir aos funcionários uma satisfação no trabalho e cumprimento dos planos de atividade, colaborando, assim, para que a Farmácia da instituição atinja seus objetivos.         

Gerenciamento de Recursos Materiais

A gestão dos recursos materiais deve ser executada pela seção administrativa do serviço de Farmácia e supervisionada pelo Farmacêutico.        

Na dinâmica hospitalar contemporânea o impacto dos preços dos medicamentos nos gastos assistenciais é muito grande, impondo uma gestão de estoques de controle rígida, capaz de obter, coordenar e analisar fatos, para tomar decisões corretas a tempo e a hora, visando a redução dos custos sem prejuízo da assistência ao paciente.          

A administração de estoques de medicamentos compreende gerir estoques essenciais e padronizados, exigindo, para sua especialidade, a atuação de profissionais qualificados e conhecimento profundo em: Bases farmacológicas dos medicamentos em estoque; similaridade; condições ideais e exigências de conservação; controle do prazo de validade dos medicamentos estocados, de modo que com habilidade profissional conduza ao escoamento mais rápido os estoques mais antigos e cujos prazos de validade estão mais próximos.

Dessa forma, torna-se imprescindível a implantação de um sistema bem estruturado em todas as fases do processo de controle de estoque, para que a continuidade do processo de assistência Farmacêutica seja assegurada e não haja ruptura do estoque, garantindo o atendimento da demanda das prescrições.

Análise de Prescrição e Distribuição Eficiente. 

A Farmácia  deve ser responsável pela aquisição, distribuição e controle de todos os medicamentos utilizados no hospital. Deve ser prioridade a implantação de sistemas apropriados de distribuição de medicamentos. O Farmacêutico deve analisar as prescrições de medicamentos antes de serem dispensadas, exceto em situações de emergência. As dúvidas devem ser resolvidas com o prescritor e as decisões tomadas serem registradas para que o resultado seja a distribuição correta do medicamento.               

Fornecimento de Informações sobre Medicamentos 

O Farmacêutico é responsável pelo fornecimento de informações adequadas sobre medicamentos  para a equipe de saúde. Para tal, os Farmacêuticos devem se manter atualizados por meio de literatura, visitas técnicas, participação em grupos de estudos e em grandes eventos científicos. A equipe deve elaborar e divulgar boletins informativos sobre o uso de medicamentos.
    
Otimização de Terapia Medicamentosa

Visando a melhorar e garantir a qualidade da farmacoterapia o Farmacêutico tem participação importante na elaboração de uma política de uso racional dos medicamentos. Este trabalho deve ser executado com o apoio da diretoria clínica e a colaboração da comissão de Farmácia e terapêutica.

 O uso racional de medicamentos consiste em obter o efeito terapêutico adequado à situação clínica do paciente utilizando o menor número de fármacos, durante o período mais curto e com o menor custo possível.
     
A otimização da terapia medicamentosa é função precípua da unidade de farmácia hospitalar. Contribui para diminuir a permanência do paciente no hospital e para a melhoria de sua qualidade de vida.

Fonte: Portal Educação