Um popular antibiótico, a azitromicina, utilizado para tratar bronquite,
pneumonia, infecções do ouvido e doenças sexualmente transmissíveis, pode
aumentar o risco de problemas cardíacos.
A azitromicina
está disponível no mercado mundial desde 1980, mas o estudo na revista New
England Journal of Medicine é o primeiro a documentar um sério risco cardíaco,
um aumento de 2,5 vezes das possibilidades de ocorrer acidentes
cardiovasculares nos primeiros cinco dias de tratamento comparado com outro
antibiótico ou com um tratamento sem antibióticos.
A
comparação baseia-se no estudo dos históricos médicos de pacientes no estado do
Tennessee (sul dos EUA) de 1992 a 2006.
Os
pesquisadores da Universidade de Vanderbilt compararam 348.000 casos nos quais
se prescreveu azitromicina com milhões de históricos de pacientes que não foram
tratados com antibióticos ou que receberam amoxicilina, outro antibiótico
considerado seguro para o coração.
A análise
concluiu que havia 47 mortes a mais por cada milhão entre aqueles que tomavam
azitromicina comparados aos que receberam amoxicilina.
Quando os
pesquisadores examinaram pacientes com alto risco de problemas cardíacos, as
possibilidades aumentaram para 245 mortes cardiovasculares adicionais por
milhão no grupo de azitromicina comparado aos da amoxicilina.
Enquanto
o número de mortes relativo é baixo, os pesquisadores afirmam que suas
conclusões oferecem nova informação sobre possíveis perigos que os pacientes e
os médicos devem considerar.
"Acreditamos
que este estudo oferece importante informação sobre o perfil de risco da
azitromicina", afirma o principal autor, Wayne Ray, professor de medicina
preventiva da Universidade de Vanderbilt.
"Para
pacientes com risco cardiovascular elevado e infecções para as quais não há
alternativa aos antibióticos, os efeitos cardiovasculares da azitromicina
poderão ser uma importante consideração clínica", afirmou.
Por: Martin Bureau