Cuidar
dos pés é importante não só para mantê-los com uma boa aparência, mas também
para deixá-los saudáveis – livres de calos, unhas encravadas e infecções.
Cortar as unhas da forma reta, sem aparar os cantos, ajuda a evitar problemas e
sofrimentos futuros.
Para prevenir calos, é indicado
pisar corretamente. Portanto, escolher um sapato adequado, do tamanho certo, é
fundamental. Segundo a dermatologista Márcia Purceli, alicates, cortadores de
unhas e outros utensílios devem ser individuais para prevenir contaminações.
A pele que se acumula nas unhas e vira a cutícula é feita de
queratina, uma proteína muito resistente que funciona como uma barreira de
proteção em todo o corpo. As células que produzem queratina ficam na camada
córnea, a mais superficial da pele e a que mais descama.
Para renovar as unhas das mãos, levam-se até 3 meses, contra
8 meses do dedão (a pele é trocada por inteiro em 30 dias e os cabelos vivem
até 5 anos). O ideal é não retirar a cutícula, apenas empurrá-la, já que a
região fica muito próxima da parte viva da unha, onde uma inflamação pode
ocorrer facilmente. No salão de beleza, as manicures e pedicures devem
esterilizar os equipamentos em autoclave.
A cutícula é uma proteção e uma vedação da pele, por isso
que, quanto mais for removida, mais grossa tende a ficar. Isso porque o
organismo busca se proteger de eventuais ameaças.
De acordo com a dermatologista, as unhas das mãos crescem
mais que as dos pés porque não há barreiras que as impeçam de nascer – como os
sapatos fazem com os pés. E as unhas também precisam respirar: a recomendação é
de que fiquem pelo menos um dia na semana livres de esmaltes ou bases.
Quem tem familiares com histórico de unha encravada deve
ficar atento, pois o problema costuma ser hereditário e aparecer logo nos
primeiros anos de vida. O dedo que mais sofre é o dedão, que geralmente é
pressionado pelo dedo do lado. Nesse pequeno espaço, a queratina acaba
crescendo embaixo da unha. Mas se desesperar não adianta, e cortar essa unha em
casa pode ser perigoso e desencadear uma infecção.
Já os calos são uma manifestação do organismo de que existem
atrito e pressão no local, o que pode ser causado por um calçado apertado ou um
bico fino. Várias camadas de queratina se acumulam na região, como forma de
proteção. Mas, quando endurecem, viram o calo – que não deve ser raspado nem
lixado sem orientação profissional.
Em algumas pessoas mais sensíveis, não adianta trocar de
sapato nem usar um número maior: é preciso usar um modelo ortopédico, que é
mais flexível e provoca menos atrito com o pé. Casos mais graves demandam uma
ida mensal ao podólogo.
Segundo a podóloga Roseli Silva Bueno, lavar bem os pés – no
meio dos dedos e ao redor das unhas – é extremamente importante para evitar
problemas. Pessoas obesas, idosas, diabéticas e com dificuldade de locomoção
podem usar uma banqueta de plástico no banheiro para fazer essa higiene
corretamente. As unhas também podem ser limpas com uma escova de dentes macia.
Depois do banho, deve-se hidratar os pés com creme.
No estúdio, a dermatologista explicou, ainda, que esporão é
uma proliferação óssea e joanete é um problema na articulação do dedão, ou
seja, não tem a ver com a pele ou com calo.