Uma vacina desenvolvida por cientistas portugueses contra a malária pode até ser a primeira a ser lançada, já na próxima primavera, apurou a agência Lusa.
A vacina contra a malária está já a ser testada em humanos, podendo ser a primeira vacina realmente eficaz a ser lançada, segundo um dos investigadores, Miguel Prudêncio, que diz que o país tem especialistas reconhecidos mundialmente e está bem representado na comunidade de investigação.
A vacina foi criada por uma equipa do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa (IMM), mas a doença e formas de a evitar e tratar estão a ser estudadas por outras entidades portuguesas, como o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), a Universidade do Minho ou o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica.
Para já, como diz Miguel Prudêncio, os voluntários (na Holanda) estão a ser expostos a doses crescentes da vacina e nas duas primeiras fases “não há efeitos adversos”.
A malária, doença transmitida pela picada de mosquito, matou quase meio milhão de pessoas em África em 2015, segundo a Organização Mundial de Saúde. No entanto nos últimos dois anos têm sido muitos os avanços na investigação que se faz no combate à doença.
E enquanto o IMM descobria um mecanismo para o parasita ficar vulnerável à toxicidade do ferro o IHMT criava o primeiro insectário de alta segurança da Península Ibérica, que permite infetar mosquitos com malária humana sem risco para os cientistas ou o ambiente.
Henrique Silveira, subdiretor do IHMT, explicou que investigadores do instituto estudam a resistência antimalárica, a transmissão da doença, ou a interação entre o parasita e o mosquito, para entender como é que este consegue atuar contra a infeção.
“O objetivo é arranjar ferramentas que possam ser utilizadas como bloqueadores de transmissão”, afirma o responsável, lembrando a colaboração com o IGC na produção de uma vacina, ou outro projeto ainda, este também financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, para encontrar um tipo de alimentação para o mosquito que não o sangue (que é fundamental para a produção de ovos).
A luta contra a malária é “muito competitiva” e há “muito para fazer”, diz Henrique Silveira, acrescentando que foi uma área esquecida durante algum tempo. O aumento da investigação portuguesa na área da malária existe e faz parte “do ressurgimento da ciência portuguesa”, porque hoje “há mais investigadores portugueses a trabalhar em quase todos os lados”, disse.
Miguel Prudêncio também salienta o aumento da investigação a nível mundial, que aconteceu da mesma forma, mas não especialmente em Portugal. “Aconteceu globalmente”.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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