Comunicação bacteriana
O câncer, embora sempre ameaçador, começa verdadeiramente a colocar a vida em risco quando as células cancerosas começam a se espalhar para áreas diferentes por todo o corpo - a chamada metástase.
Agora, pesquisadores descobriram que uma molécula utilizada como um sistema de comunicação por uma bactéria pode ser manipulada para evitar que as células cancerosas se espalhem.
Segundo eles, este sistema de comunicação bacteriano pode ser usado para "dizer" às células cancerosas como agir, ou até dar-lhes comandos para que morram, acionando o mecanismo chamado apoptose - a morte celular programada.
"Durante uma infecção, as bactérias liberam moléculas que lhes permitem 'falar' umas com as outras", afirmam Senthil Kumar e Jeffrey Bryan, da Universidade de Missouri (EUA).
"Dependendo do tipo de molécula liberada, o sinal vai dizer às outras para se multiplicar, para escapar do sistema imunológico ou até mesmo para parar de espalhar. Descobrimos que, se introduzimos a sinalização 'parar de se espalhar' para as células cancerosas, essas células não só interrompem a propagação, como também começam a morrer," descreveu Kumar.
Ordem para morrer
A dupla tratou células de câncer do pâncreas em cultura com moléculas de comunicação bacterianas chamadas ODDHSL.
"Nós usamos células de câncer pancreático porque essas são as células cancerosas mais robustas, mais agressivas e mais difíceis de matar que podem ocorrer no corpo humano," disse Kumar.
Após a introdução das moléculas, as células do câncer de pâncreas pararam de se multiplicar, interromperam o processo de migração que caracteriza a metástase e começaram a morrer.
"Como este tratamento se mostrou promissor em um câncer tão agressivo como o câncer de pâncreas, acreditamos que ele poderá ser usado em outros tipos de células cancerosas, e nosso laboratório está em processo de testar este tratamento em outros tipos de câncer," acrescentou o pesquisador.
O próximo passo da pesquisa é encontrar uma forma eficiente de introduzir as moléculas nas células cancerosas in vivo, para que seja possível começar a realizar testes em animais e em humanos.
Fonte: Diário da Saúde
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