sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Imunoterapia ajuda a combater resistência à radioterapia

O tratamento do cancro com radioterapia e imunoterapia pode impedir que o organismo desenvolva resistência ao tratamento, defende um estudo publicado na revista “Cancer Research”.

O estudo levado a cabo pelos investigadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, constatou que a administração dos dois tratamentos ajudou o sistema imunológico a destruir as células cancerígenas, que inicialmente não tinham sido mortas pela radioterapia, em ratinhos com cancro da mama, pele e colorretal.
 

A radioterapia é um tratamento muito eficaz para vários tipos de cancro, mas nas células cancerígenas que não são atingidas pode haver a ativação de um sinalizador na sua superfície, conhecido por PD-L1, que faz com que as defesas imunológicas pensem que as células cancerígenas não apresentam qualquer ameaça.
 

Neste estudo, financiado pela MedImmune, os investigadores constataram que a imunoterapia bloqueava estes sinalizadores, revelando desta forma a verdadeira identidade das células cancerígenas, e permitindo que o sistema imunológico as identificasse e destruísse. Através desta abordagem, foi possível aumentar a sobrevivência e proteger os ratinhos de recidivas. 

De acordo com o líder do estudo, Simon Dovedi, a utilização das próprias defesas do organismo para tratar o cancro tem um grande potencial. Na verdade, alguns ensaios clínicos já demonstraram resultados benéficos para os pacientes. Contudo, só agora é que os investigadores começaram a perceber como todo este processo funciona, tendo ainda que perceber qual a melhor forma de utilizar este tipo de tratamento.
 

“Cerca de metade dos sobreviventes ao cancro foram submetidos à radioterapia. Este tipo de tratamento tem tido um papel fulcral no aumento das taxas de sobrevivência, atualmente um em dois pacientes com cancro sobreviverá pelo menos 10 anos. Os médicos e os investigadores estão constantemente à procura de novas formas para melhorar os tratamentos e esta abordagem pode abrir portas para uma forma completamente nova de administrar a radioterapia”, conclui, um outro autor do estudo, Nic Jones.
 

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