quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Estudos promissores de novas drogas para o tratamento do câncer

A AstraZeneca apresentou durante o ASCO – principal evento mundial de oncologia, promovido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica, ocorrido de 30 de maio a 03 de junho, em Chicago (EUA) – resultados promissores de novas moléculas e medicamentos para o tratamento de câncer de ovário e pulmão e um estudo sobre a proteção da fertilidade em mulheres tratadas com quimioterapia.

O primeiro estudo é referente à combinação de Olaparib (inibidor de PARP - poli ADP - ribose polimerase) com Cediranib (potente inibidor do fator de crescimento endotelial vascular - VEGF), para o tratamento de mulheres com câncer ovariano recorrente grave, de alto grau, e sensível à platina. Trata-se do primeiro estudo sobre câncer de ovário, no qual é usada uma associação de medicamentos experimentais que podem ser tomados por via oral. O Olaparib está em revisão no FDA para o tratamento de pacientes com câncer de ovário que têm a mutação BRCA, que tiveram reincidência após uma resposta completa ou parcial à quimioterapia à base de platina, atuando de forma a inibir o reparo do DNA das células cancerígenas.  Até o momento, essas pacientes não têm opção de tratamento. A EMA (European Medicines Agency) acolheu a submissão do pedido de registro para Olaparib em setembro de 2013.

Segundo Antoine Yver, chefe da área de oncologia da unidade de Desenvolvimento de Medicamentos Globais da AstraZeneca, “os estudos são extremamente convincentes, tendo demonstrado que a associação de Olaparib e Cediranib praticamente dobrou a sobrevivência livre de progressão da doença em comparação com Olaparib em monoterapia. Isto pode vir a proporcionar benefícios reais para pacientes que atualmente não dispõem de opções de tratamento eficazes”.

O segundo estudo foi o de Fase I para MEDI4736, imunoterapia em desenvolvimento para o tratamento de câncer de pulmão não-pequenas células (NSCLC) e outros tipos de tumores. Os resultados, juntamente com os dados pré-clínicos e de validação deste alvo terapêutico, apoiou a decisão para o início do desenvolvimento em ensaios clínicos de Fase III. O terceiro estudo foi de Fase I do AZD9291, para o tratamento de câncer de pulmão não-pequenas células (NSCLC) que apresentam a mutação EGFRm+ e resistência ao tratamento com outros inibidores da tirosina quinase. A resistência ao tratamento é uma barreira significativa para o controle da doença em longo prazo. Em cerca de metade dos doentes, esta resistência é causada pela mutação secundária conhecida como T790M e não existem atualmente terapias aprovadas especificamente para elas. AZD9291 é um inibidor altamente seletivo e atuante nessa mutação.
 
Proteção da fertilidade em pacientes com câncer de mama

O último estudo apresentado no ASCO foi o POEMS (Estudo de Prevenção da Menopausa Precoce - Prevention of Early Menopause Study), conduzido em pacientes com câncer de mama que recebem o bloqueador hormonal gosserrelina (Zoladex) durante a quimioterapia. Estas pacientes apresentaram menor probabilidade de apresentarem insuficiência ovariana, aumentando a probabilidade de engravidarem ao fim do tratamento. As mulheres que receberam gosserrelina – uma versão sintética do hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH) – durante a quimioterapia usada no tratamento do câncer de mama apresentaram uma taxa de insuficiência ovariana da ordem de 8% em comparação com 22% para o grupo de controle. Além disso, 18% das mulheres que receberam gosserrelina engravidaram após o tratamento, em comparação com apenas 9% das mulheres no grupo de controle durante o mesmo período. A gosserrelina funciona colocando os ovários em um estado de “repouso”, impedindo seu ciclo normal, tornando-os menos vulneráveis aos efeitos tóxicos da quimioterapia.

A insuficiência ovariana ou o desenvolvimento da menopausa precoce são efeitos colaterais de longo prazo da quimioterapia. Pacientes com insuficiência ovariana prematura apresentam risco maior de desenvolverem problemas de saúde em longo prazo, tais como osteoporose, infertilidade, e até mesmo doenças cardiovasculares.
 
Fonte: www.astrazeneca.com.br

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