Um tratamento que reverte a doença de Alzheimer poderá estar já disponível no espaço de cinco anos, segundo um estudo conduzido por um grupo de investigadores canadianos.
São cada vez mais as pessoas de meia e de terceira idade a sofrerem com esta doença degenerativa cerebral, causando uma enorme angústia às famílias e pessoas próximas, que cuidam de doentes e que acabam por deixar de reconhecer os rostos familiares desses entes queridos.
Liderada por Andres Lozano, a equipe de investigadores da Universidade de Toronto, Canadá, recorreu a uma técnica de estimulação cerebral profunda, enviando impulsos elétricos para o cérebro dos pacientes. O tratamento foi aplicado em seis pacientes, que tinham sido diagnosticados com a doença há pelo menos um ano.
Nos pacientes com Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras regiões a encolher e revela os primeiros sintomas da doença: perda de memória e desorientação.
Os pacientes foram submetidos a impulsos elétricos no cérebro (130 vezes por segundo) através da implantação de eletrodos, colocados junto do fórnix, um aglomerado de neurônios que envia sinais para o hipocampo.
Vários exames efetuados ao cérebro demonstraram que o lobo temporal, onde se encontra o hipocampo, absorve muito menos glicose do que o normal. Isso promove o mau funcionamento e consequente deterioração do mesmo.
Um ano depois de terem recebido os impulsos elétricos não foram registrados quaisquer sinais da doença de Alzheimer, ou até mesmo de regresso da mesma, nos seis pacientes que participaram no estudo. Em dois dos pacientes a deterioração da área do cérebro associada à memória tinha deixado de encolher, tendo até voltado a crescer. Nos outros quatro pacientes, o processo de deterioração desta região do cérebro tinha parado por completo. A redução da absorção da glicose já não se verificava e o lobo temporal tinha voltado a funcionar normalmente.
Apesar destes resultados, a equipe considera que os mesmos não podem ser encarados como definitivos. Assim, os investigadores que integram a equipe de Andres Lozano estão a realizar novos testes com um grupo maior, que engloba 50 doentes de Alzheimer.
A equipe de Andres Lozano encontra-se simultaneamente a desenvolver uma vacina para a Alzheimer, em parceria com investigadores americanos e britânicos, que poderia não só travar o progresso da doença como reparar os danos causados pela mesma. Esta poderá ser administrada também a familiares dos doentes que possam vir a contrair Alzheimer. Estudos preliminares parecem demonstrar que esta vacina não apresentará riscos nem efeitos adversos, encontrando-se a mesma já em fase de ensaios clínicos no Reino Unido.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.