Após um ano de monitoramento, um relatório técnico divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu que o número de efeitos adversos relacionados ao uso da Sibutramina está dentro do limite considerado adequado e não houve abuso da prescrição, resultados que não justificariam a suspensão da comercialização do produto. O documento deverá ser votado pela diretoria colegiada da Anvisa na próxima semana e, segundo o presidente da agência, Dirceu Barbano, é pouco provável que as regras de controle sejam alteradas.
O monitoramento foi realizado no período de dezembro de 2011 e dezembro de 2012, e o relatório indicou que o número de notificações de efeitos colaterais passou de duas para cinco por mês, mas a maioria delas foi de baixa ou média gravidade, o que, de acordo com o diretor-presidente da Anvisa, indica que a venda do medicamento nas farmácias pode ser mantida com segurança.
O número de prescrições também cresceu no período, passou de 150 mil mensais para cerca de 180 mil. Segundo Barbano, apesar desse aumento, o consumo do produto teve variação pouco significativa. Algo que, em sua avaliação, demonstra que médicos que receitavam anfetamina não passaram automaticamente a indicar a sibutramina. “Ao que tudo indica, essas limitações estão sendo respeitadas.”, disse o presidente da Agência, observando que o monitoramento deverá ser mantido indefinidamente. “Nada impede, no entanto, que no futuro as regras sejam mudadas”, concluiu.
No final de 2011, a agência decidiu tirar de circulação inibidores de apetite do grupo das anfetaminas e derivados (femproporex, mazindol e anfepramona). A proibição da sibutramina também foi cogitada, mas a Anvisa decidiu manter sua venda sob regras mais rígidas, como por exemplo, impondo a assinatura de termos de responsabilidade por médicos e pacientes e obrigando a informação de efeitos adversos. A validade da receita, que antes era de 60 dias, foi reduzida para um mês. A restrição foi baseada em estudos que apontaram risco de problemas cardíacos com o uso da droga.
Fonte: O Estado de S. Paulo