Os fármacos prescritos na redução dos níveis de colesterol poderão ser eficazes contra a degeneração macular, sugere um estudo publicado na revista “Cell Metabolism”.
Este estudo permitiu aos investigadores terem uma melhor perspectivas sobre como os depósitos de colesterol contribuem para a degeneração macular, aterosclerose e mesmo no crescimento de vasos sanguíneos em alguns tipos de cancro.
Neste estudo os investigadores da Washington University School of Medicine, nos EUA, focaram-se num tipo de células imunológicas, os macrófagos, que têm a capacidade de remover o colesterol e as gorduras dos tecidos. Na degeneração macular, a acumulação excessiva de colesterol começa a ocorrer à medida que se envelhece, e os macrófagos deixam de funcionar corretamente.
Na degeneração macular do tipo seca é possível visualizar depósitos de lipídios atrás da retina. À medida que estes depósitos se tornam maiores e numerosos, começam a destruir a parte central do olho, interferindo assim com a visão necessária para conduzir ou ler um livro.
O estudo refere que como os macrófagos envelhecidos removem menos depósitos de gordura, estas células podem também ficar inundadas de colesterol, conduzindo ao desenvolvimento de um processo inflamatório e à formação de novos vasos sanguíneos que causam danos futuros. Estes vasos caracterizam a fase mais avançada da doença que é conhecida como a forma úmida da degeneração macular.
No estudo, os investigadores liderados por Rajendra S. Apte, verificaram que os macrófagos, provenientes de ratinhos e de pacientes com degeneração macular, apresentam níveis alterados da proteína ABCA1, que está envolvida no transporte de colesterol para fora das células. Desta forma, os macrófagos envelhecidos acumulam elevados níveis de colesterol e não são capazes de inibir o crescimento dos vasos sanguíneos prejudiciais.
No entanto, quando os macrófagos foram tratados com uma substância que restabelece os níveis da proteína ABCA1, as células foram capazes de remover o colesterol mais eficazmente e o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos foi abrandado.
Após terem colocado em gotas oftálmicas um agonista da proteína, os investigadores verificaram que a degeneração macular foi revertida nos olhos dos ratinhos idosos. “ Este achado é muito entusiasmante uma vez que se for possível incorporar fármacos em gotas oftálmicas, é possível focar a terapia só neste órgão e limitar os efeitos secundários associados aos fármacos orais”, revelou, em comunicado de imprensa, o primeiro autor do estudo, Abdoulaye Sene.
Os investigadores também acrescentaram que uma vez que os macrófagos desempenham um papel importante na aterosclerose e na formação de novos vasos sanguíneos, em determinados tipos de tumores, esta via pode também fornecer alvos mais eficazes de tratamento para estas doenças.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.