segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pesquisadores criam lentes que ajudam daltônicos a distinguir cores


Em fase de testes, óculos baseado em nova teoria sobre a visão realça a percepção de tons da pele

A eficiência dos óculos O2 Amps foi confirmada por alguns usuários que passaram a distinguir e a reconhecer as cores verde e vermelho 

Cientistas do 2AI Labs desenvolveram pares de óculos, os O2Amps, com filtros capazes de auxiliar pessoas com daltonismo a distinguir cores.

Segundo os pesquisadores responsáveis, Mark Changizi e Tim Barber, o ponto de partida do projeto não era curar o daltonismo, mas criar lentes que aumentassem visualmente a percepção da oxigenação e do acúmulo de sangue na pele (em outras palavras, perceber quando alguém fica corado). Quando pensaram em aplicações comerciais, acreditaram que lentes assim poderiam ser utilizadas em câmeras de TV e aumentar a experiência no HDTV. 

Contudo, os custos e as dificuldades para este feito eletrônico desanimaram os cientistas, que passaram a se interessar por aplicações para o olho humano.

Assim, no esforço de aperfeiçoar o O2 Amps, foi criada uma variação com lentes Oxy-Iso, distribuídas em novembro do ano passado para algumas pessoas com daltonismo. A eficiência dos óculos foi confirmada por alguns usuários que passaram a distinguir e a reconhecer as cores verde e vermelho. Mas vale lembrar que as lentes ainda não corrigem o daltonismo total e têm a falha de prejudicar na percepção de amarelos e azuis.

Os óculos O2Amps, na verdade, constituem a aplicação prática de uma teoria de Changizi. O pesquisador desenvolveu, em 2006, uma teoria neurobiológica com uma hipótese para explicar por que os humanos veem cores. Segundo ele, a capacidade visual de cores evoluiu para permitir que variações na oxigenação da pele fossem percebidas pelas pessoas, assim, sinais sociais e emocionais como palidez, ruborização e avermelhamento da pele poderiam ser notados pelos outros.

Este mecanismo teria outras aplicações: na área da saúde, o fato de as lentes destacarem a vascularização abaixo da pele, auxiliariam enfermeiros e médicos a identificar veias. O mesmo sistema permitiria que traumas e hematomas invisíveis a olho nu fossem identificados.

Fonte: BBC