História natural
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo vírus de imunodeficiência humana (HIV) com dois tipos conhecidos HIV-1 e HIV- 2. O indivíduo portador do vírus HIV se torna incapaz de controlar infecções oportunistas principalmente pela significativa destruição dos linfócitos T CD4+.
O HIV pode ser transmitido por: relação sexual; transfusão de sangue ou de produtos sanguíneos contaminados; uso de agulhas ou seringas contaminadas; da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou através do leite materno infectado ou até mesmo, acidentalmente, através do contato de sangue com mucosas ou ferimentos na pele ou perfurações com instrumentos perfurocortantes infectados com HIV.
No entanto, o vírus HIV não é transmitido pelo convívio social ou familiar, por abraço ou beijo, alimentos, água, picada de mosquitos ou outros insetos.
A evolução da HIV/AIDS pode ser dividida em três fases:
A) Fase aguda
Essa fase ocorre de poucos dias até duas semanas a partir da infecção por HIV e o indivíduo pode apresentar febre, dor de garganta, mialgia, fadiga, diarreia, lesão na mucosa oral, entre outras, dificultando o diagnóstico da doença por apresentar sintomas semelhantes a outras doenças virais.
B) Infecção assintomática ou Latência clínica
Esta fase que apresenta duração variável de alguns anos, o individuo permanece livre de qualquer sintoma e aparentemente, nada tem de diferente de um indivíduo sadio, a não ser pelo fato de que se for realizado um teste sorológico, este indivíduo apresentará anticorpos contra HIV.
C) Doença sintomática (AIDS)
A AIDS propriamente dita é definida por diversos sinais, sintomas e doenças, principalmente as oportunistas, que com a progressiva destruição de células imunológicas, o indivíduo não consegue mais combater infecções causadas por micróbios que em condições normais não seriam patogênicos como candidíase e herpes simples; ou mesmo infecções com outros micróbios que podem se reativar na presença do vírus HIV, como é o caso da tuberculose pulmonar, a doença oportunista mais comum entre os pacientes com AIDS.
Diagnóstico laboratorial de HIV/AIDS
O diagnóstico laboratorial do HIV em pacientes portadores desse vírus é realizado através da utilização de metodologias que permitam investigar anticorpos anti-HIV, antígenos, material genético ou que isolem o vírus em cultura.
Para os indivíduos menores de 18 meses de idade, é indicado investigar o DNA ou RNA viral, uma vez que poderia haver reação cruzada com os anticorpos maternos nas crianças. Desta forma, poderão ser utilizados PCR para DNA viral e RT-PCR para RNA viral.
Já para aqueles com mais de 18 meses de idade, os testes que pesquisam os anticorpos são os mais utilizados como o método de ELISA, Western Blotting, Imunofluorescência Indireta.
No entanto, deve ser levado em consideração que os anticorpos anti-HIV somente serão detectáveis em torno de 30 dias após a infecção em indivíduos imunologicamente competentes.
Esse intervalo entre a infecção e a detecção dos anticorpos por metodologias laboratoriais é denominado janela imunológica. Nesse período, as provas sorológicas podem ser falso-negativas e por isso, há a necessidade de realizar mais de um teste em tempos diferentes.
Em geral, o método de ELISA é usado amplamente como teste inicial para a detecção de anticorpos anti-HIV no sangue dos pacientes, sendo que se o resultado for positivo, o indivíduo deverá realizar outros testes adicionais denominados confirmatórios como a Imunofluorescência Indireta e Western Blotting.
Fonte: Portal Educação