Efeitos da aspirina
No final de 2010, a equipe do Dr. Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, publicou um estudo que sugeria que a ingestão de uma aspirina por dia reduzia o risco de morte por câncer.
Naquele trabalho, a equipe se concentrou sobretudo sobre o câncer de intestino, e seus resultados mostravam que a aspirina deveria ser tomada por longos períodos, que variavam de oito a 20 anos.
Agora, em um novo estudo, também publicado na revista Lancet, eles argumentam que os benefícios podem vir bem antes - de três a cinco anos.
Tratamento adicional
Os pesquisadores destacam que não se trata de medidas preventivas contra o câncer, o que exigirá novos estudos, mas como um tratamento adicional para pessoas que já estejam com a doença.
O estudo identificou benefícios mais relevantes sobretudo em relação aos eventuais efeitos da aspirina sobre a metástase, o espalhamento de um tumor pelo restante do corpo.
"Nós não estamos no estágio de recomendar o uso da aspirina para todas as pessoas, mas os protocolos médicos sobre o uso da aspirina pela população saudável de meia-idade certamente precisam ser atualizados, a fim de levar em conta os efeitos [da aspirina] sobre o risco e a progressão do câncer, assim como o risco de ataques cardíacos e derrames," disse Rothwell.
Benefícios da aspirina
O grupo não fez experimentos diretos, mas uma revisão dos experimentos realizados por cientistas de todo o mundo - foram revisados 51 estudos, envolvendo mais de 77 mil pacientes.
O levantamento foi subdividido em três artigos agora publicados.
No primeiro, a ingestão diária de aspirina detectou-se uma redução no risco de morte por câncer de 15%. Essa redução aumentou ao longo do tempo, chegando a 37% entre aqueles que tomaram aspirina durante 5 anos ou mais.
No segundo artigo, os cientistas relatam os efeitos da ingestão de aspirina sobre a metástase.
Foi identificada uma redução do risco do espalhamento do câncer de 36% em um período de 6,5 anos.
O terceiro artigo cobre estudos anteriores do tipo observacional, em vez de testes onde a ingestão do medicamento é controlada. Os resultados corroboram os resultados dos outros dois artigos.
Tomar ou não tomar aspirina
Alguns estudos associam a aspirina à redução dos riscos de ataques cardíacos ou de derrames entre as pessoas nos grupos de risco. Outros, porém, questionam o uso da aspirina na prevenção de ataques cardíacos.
Os críticos da aspirina como medicação preventiva ressaltam que os efeitos de proteção contra doenças cardiovasculares são pequenos entre adultos saudáveis. E, segundo eles, há documentação de que a prática aumenta o risco de sangramentos no estômago e no intestino.
Uma pesquisa publicada em 2009 concluiu que o uso regular da aspirina pode fazer mais mal do que bem.
Redação do Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário