quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Mercado Farmacêutico Brasileiro

O mercado farmacêutico nacional apresenta muitas peculiaridades

Um mercado é composto por clientes potenciais que partilham de uma mesma necessidade ou desejo e estão aptos a engajar-se num processo de troca ou compra para satisfazer uma necessidade ou desejo específico (Costa e Cardoso, 1997). 

O mercado farmacêutico nacional apresenta muitas peculiaridades e é bom que o propagandista farmacêutico conheça alguns fatores como o aumento da renda da população e consequentemente o aumento do poder de compra, a ampliação do acesso a planos privados de saúde e o envelhecimento da população fazem do mercado farmacêutico brasileiro um mercado em ascensão. 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% dos gastos no Brasil com remédios ainda vêm do bolso de cada cidadão. Para a indústria farmacêutica, o Brasil é hoje um dos dez maiores mercados farmacêuticos do mundo e o quinto maior produtor de medicamentos (Lima e Filho, 2005). 

Como constatado pela empresa de consultoria IMS Health, o mercado farmacêutico brasileiro deve dobrar nos próximos cinco anos, devendo atingir R$ 87 bilhões de faturamento em 2017.

No mercado interno, a indústria farmacêutica nacional lidera as vendas dos medicamentos genéricos. De acordo com o site Portal Brasil, essas vendas correspondem a 20,6% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico brasileiro.

Entretanto, a fabricação de medicamentos de referência produzidos principalmente por indústrias estrangeiras ou multinacionais instaladas no Brasil ainda supera a produção de genéricos em nosso país.

Os medicamentos genéricos são medicamentos cuja patente expirou e por isso são mais baratos, já que as indústrias produtoras não precisam investir em pesquisas ou estudos clínicos de eficácia e segurança, uma vez que esses estudos já foram realizados para a aprovação do respectivo medicamento de referência, também conhecido popularmente como “de marca” ou “ético” (Banco de Saúde, 2008).

Os maiores polos produtores de medicamentos no Brasil localizam-se em São Paulo, Rio de Janeiro e principalmente em Goiás. Entre as classes terapêuticas mais produzidas destacam-se os antibióticos, os analgésicos e anti-inflamatórios, as vitaminas, os medicamentos antigripais e antitussígenos, os medicamentos para doenças gastrintestinais, os cardioterápicos e ainda os hormônios sexuais.

Em relação à oferta de princípios ativos, que são substâncias utilizadas para a produção dos medicamentos, o mercado farmacêutico nacional é limitado e a dependência de importação dessas substâncias é muito grande.

No mercado farmacêutico nacional não há o domínio de uma fatia grande do mercado por um único fabricante de medicamentos ou grupos empresariais, mas há o domínio por uma ou poucas empresas de mercados para determinadas doenças, e novos produtores nesses segmentos já dominados encontram barreiras tecnológicas e mercadológicas que acabam por dificultar a entrada no setor.

Desta forma o mercado farmacêutico brasileiro é heterogêneo, ou seja, embora nenhuma empresa controle parte significativa da oferta do conjunto total de medicamentos no território nacional, cada empresa dominadora do mercado de uma determinada doença possui grande poder para fixar os preços de seus produtos, além do mais a capacidade de substituição dos produtos dessas empresas é reduzida.

De acordo com a renda da classe consumista, o tipo de demanda no mercado farmacêutico do nosso país apresenta variações, por exemplo: em populações de alta renda a demanda por medicamentos de referência é alta, nesse nicho do mercado o preço dos medicamentos vendidos sob prescrição é inelástico e não influencia na demanda dos produtos, já a demanda dos medicamentos vendidos sem prescrição aumenta com a diminuição do preço.

Por outro lado, em populações de baixa renda a demanda dos medicamentos é mais sensível às variações na renda do consumidor do que nos preços dos medicamentos (Outterson, 2007).

Resumidamente, as características mais importantes do mercado brasileiro são:
• medicamentos pagos pelo consumidor;
• consumo concentrado nas classes A e B;
• consumo reduzido, se comparado a outros produtos;
• recente aprovação de Leis das Patentes;
• colapso do sistema público e crescimento do setor privado; e
• empresas nacionais produtoras de genéricos que se desenvolveram como copiadoras dos medicamentos de referência, sem investir em Pesquisa e Desenvolvimento, prejudicando e ameaçando a competitividade do setor.

Fonte: Portal Educação

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