quarta-feira, 24 de abril de 2013

Leite ajuda a emagrecer, mas pode provocar enxaqueca, dizem especialistas


De acordo com nutricionista, há vários estudos que apontam boas e más qualidades do alimento.

Vilão ou mocinho? Especialistas afirmam que não é possível rotular o leite como algo bom ou ruim para o organismo. Tudo depende da quantidade que é consumido e da disposição genética da pessoa. Além de tradicionalmente ser fonte de cálcio, há estudos que afirmam que ele pode ajudar a emagrecer, mas também faz parte da lista dos alimentos que podem desencadear, por exemplo, uma enxaqueca.

De acordo com a professora de Nutrição da Unicamp (Universidade de Campinas) e autora do livro ‘Leite Para Adultos: Mitos e Fatos Frente à Ciência’, Adriane Elisabete Costa Antunes, há pesquisas científicas que comprovam benefícios da ingestão deste alimento e de seus derivados, como também seus malefícios. 

No fim do mês de março, por exemplo, um estudo americano trouxe informações de que os aditivos existentes no leite poderiam provocar câncer de ovário e mama.

“Um ponto relevante nessa queda de braço é que para algumas pessoas o leite é um alimento salutar e para outras o alimento é desaconselhado. Isso depende de diversos fatores, entre eles o genético. É importante dizer que o ser humano é extremamente adaptável e pode viver bem com ou sem leite em sua dieta, contudo que seja capaz de incluir em sua alimentação boas fontes de nutrientes dos quais o leite é rico”.

Um dos pontos positivos, segundo a pesquisadora, é que o alimento pode ajudar a emagrecer, claro que, desde que tomado na dose certa. Para quem não tem nenhuma restrição ao consumo, como alergia e intolerância à lactose (açúcar presente no leite), são recomendadas três doses por dia.

“Há redução de peso e modulação na gordura corporal entre os consumidores regulares de leite. Esse efeito está relacionado com o cálcio em sinergia com outros componentes do alimento. O que indica que a suplementação isolada do cálcio não tem o mesmo efeito”.

Essa porção diária recomendada para à saúde pode ser também dividida entre o leite e seus derivados, como o iogurte e o queijo, conforme explica a professora da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição, Olga Amâncio. De acordo com ela, independentemente da idade, a pessoa “não pode descuidar do consumo”.

Porém, Olga afirma que é necessário avaliar a genética familiar antes de escolher o tipo de leite que vai tomar, se o desnatado ou integral.

“As orientações para o consumo são individuais. Mas claro que, por exemplo, se é gordinho ou tem a família de mãe ou pai gordo é melhor tomar o tipo desnatado. Além disso, independentemente dos benefícios do alimento é necessário verificar também a alimentação que a pessoa tem no geral, além de ter que incluir a prática de exercícios físicos”.

Cuidado com a enxaqueca

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, o leite e seus derivados são alimentos que desencadeiam a enxaqueca (dor latejante na cabeça). Porém, segundo o neurologista André Felício, membro da Academia Brasileira de Neurologia, nem todas as pessoas que sofrem deste mal precisam deixar de consumir o alimento.

“Os alimentos de modo geral que desencadeiam crises em alguns pacientes, não desencadeiam em outros. A recomendação geral é para se evitar consumo do leite para quem tem a doença, mas nem sempre isso vale para todas as pessoas. Embora esta seja uma área de bastante interesse, ainda é pouco explorada. Carece de várias informações”.

Para o médico, o ideal é que a pessoa que sofre de enxaqueca faça uma avaliação para saber o que pode ou não fazer para evitar que a dor apareça. 

Caso o leite ou seus derivados, como os queijos cheddar e outros amarelos sejam o problema, é ideal procurar um nutricionista.

“Quem tem enxaqueca crônica tem que procurar um nutricionista ou nutrólogo para encontrar substitutos na dieta”.

Fonte: R7