Investigadores
do Reino Unido descobriram que quando um vírus com capacidade de matar as
células tumorais é injetado na corrente sanguínea, consegue evitar o ataque do
sistema imunitário, e destruir as células tumorais.
Os
autores do estudo sugerem que será possível utilizar esta terapia viral durante
a quimioterapia de forma a tratar vários tumores.
Um
dos grandes desafios da utilização de vírus como o reoviris, que consegue
atacar as células tumorais, é fazê-lo evitando o alerta e a sua posterior
destruição pelas células do sistema imunitário. Assim, até à data, os
investigadores pensavam que caso injetassem este tipo de vírus diretamente na
corrente sanguínea este iria ser destruído antes de alcançar as células
tumorais.
No
entanto, os investigadores da University of Leeds and The Institute of Cancer
Research (ICR), no Reino Unido, verificaram que quando injetaram o reovirus em
10 pacientes com cancro colo-retal avançado que se tinha disseminado para o fígado,
este vírus dissimulava-se nos glóbulos vermelhos, protegendo-se do ataque dos
anticorpos que habitualmente causariam a sua destruição.
Através
de análise das amostras de sangue colhidas logo após este tratamento, os
investigadores verificaram que o vírus estava associado às células sanguíneas.
Contudo, foi constatado que o vírus deixava de associar às células algum tempo
após o tratamento. Por outro lado, os investigadores observaram que quatro
semanas após a injeção do vírus, este estava presente nas células tumorais do
fígado, mas não nas células do tecido saudável. O que prova que o vírus ataca
especificamente as células tumorais e não causa danos no tecido saudável.
“O
reovírus é mais inteligente do que aquilo que pensávamos. Ao associar-se às células
sanguíneas, consegue esconder-se da resposta imune do organismo e alcançar o
seu alvo intacto. Estes resultados podem ser muito importantes para a
utilização de terapias virais na prática clínica”, conclui, um dos líderes do
estudo, Alan Melcher.
Estudo publicado na
revista 'Science Translational Medicine”