quarta-feira, 7 de maio de 2014

Estudos associam obesidade e pílula anticoncepcional à esclerose múltipla

O fator hormonal pode contribuir com o surgimento da esclerose múltipla, uma doença autoimune cuja causa é desconhecida e para a qual ainda não existe cura. É o que concluíram dois novos estudos que associaram um hormônio relacionado à obesidade e à pílula anticoncepcional ao risco aumentado da condição. As pesquisas foram apresentadas durante o encontro anual da Academia Americana de Neurologia, na Filadélfia, nos Estados Unidos.

A esclerose múltipla ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.

Uma das pesquisas, assinada pelo Instituto de Pesquisas Neurológicas Raúl Carrera, na Argentina, foi feita com 420 pessoas de 15 a 20 anos — metade delas apresentava esclerose múltipla. Após calcular o índice de massa corporal (IMC) dos participantes, os autores observaram que a prevalência da doença entre os jovens obesos (com IMC maior do que 30) foi o dobro da apresentada pelos outros adolescentes.

O estudo ainda descobriu que quanto maior o IMC de uma pessoa, mais elevados os seus níveis de leptina, um hormônio produzido pelo tecido de gordura que ajuda a regular o peso, o apetite e a resposta do sistema imunológico. “Em excesso, a leptina pode promover uma reação inflamatória no organismo, o que poderia ajudar a explicar a possível relação entre obesidade e esclerose múltipla”, diz Jorge Correale, coordenador do estudo.

A segunda pesquisa foi desenvolvida na Califórnia, nos Estados Unidos. Nela, os autores acompanharam 305 mulheres com esclerose múltipla durante três anos e, depois, as compararam a outras 3.050 mulheres sem a doença. Segundo os pesquisadores, a esclerose múltipla foi 35% mais prevalente entre mulheres que faziam uso de anticoncepcional do que entre aquelas que não usavam o método. De acordo com os autores do estudo, porém, são necessárias mais pesquisas para comprovar – e explicar — o vínculo.

Fonte: Portal Veja

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