sábado, 3 de novembro de 2012

Controle da dor na fibromialgia - terapêutica medicamentosa e não medicamentosa


Pode-se dizer que a fibromialgia é uma síndrome, pois ela é um conjunto de sinais e sintomas onde o principal aspecto é o aumento da sensibilidade da dor. Ou seja, o paciente com fibromialgia sente a dor em um nível maior do que a maioria das pessoas.      

É uma patologia real, que acomete na maioria das vezes as mulheres, devido a sua compleição física mais sensível, mas podendo também ocorrer em homens.

Os sintomas que podem acompanhar o quadro, além das dores generalizadas e crônicas (perduram por mais de três meses), incluem fadiga, indisposição, distúrbios do sono, presença de cinco ou mais pontos gatilhos, ou seja, áreas de hipersensibilidade, cefaleias, ansiedade, podendo desencadear para um processo depressivo, ou vice-versa, sendo que, o quadro emocional do paciente pode modular a intensidade da dor.

A fibromialgia é uma doença reumática, ou seja, envolve o sistema musculoesquelético, sendo basicamente de origem inflamatória.     

A medicina qualifica a fibromialgia como uma doença sem cura, mas os tratamentos podem melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e a diminuição das crises dolorosas.       

O tratamento para fibromialgia baseia-se em medicamentoso e não medicamentoso

Na terapêutica medicamentosa, os anti-inflamatórios não são eficazes na fibromialgia, entretanto, associados à outros medicamentos, podem auxiliar no controle da dor. A terapêutica baseia-se também nos antidepressivos, sendo que os da classe dos tricíclicos é a primeira opção de tratamento, devido a sua ação anestésica indireta.     

Já os mediadores do sono, têm sido recomendados quando não se consegue o controle com os antidepressivos, sendo o zolpidem o mais indicado, pelo fato da droga não interagir com outros medicamentos, devendo apenas ser monitorado em uso concomitante com os depressores do sistema nervoso central, e também, por não alterar a estrutura do sono.     

Medicações tópicas, também tem tido efeitos comprovados no controle da dor, sendo encontrados em forma de géis e emplastros.
Outros medicamentos como analgésicos e mio relaxantes também são utilizados não sendo, entretanto, opção única de tratamento, pois eles apenas aliviam a dor para que o paciente consiga realizar suas tarefas diárias.

Tratamento não medicamentoso        

A atividade física é sem dúvida o ponto mais importante do tratamento, sendo que se esta for regular, é a única maneira de restaurar o paciente para uma vida normal e produtiva.          

Todos os outros tratamentos devem conduzir o paciente a uma maior disposição para a prática da atividade física, seja caminhada, natação, hidroginástica, fisioterapia, entre outros.    

O tratamento do sono tem como objetivo melhorar a sua qualidade e não a quantidade de horas dormidas, pois o paciente deve estar mais descansado ao acordar do que ao dormir, diminuindo desta forma o stress e ansiedade. Para isso, podem-se incluir as massagens relaxantes, neurometria funcional ou neurofeedback, florais e relaxamentos.           

No tratamento das condições dolorosas, pode-se trabalhar com a acupuntura, auriculopuntura, aplicação de pastilhas de silício nos pontos gatilhos e argilaterapia no local da dor.    

Lembrando sempre que o terapeuta deve trabalhar complementando o trabalho médico e não autorizar e nem incentivar a interrupção medicamentosa sem o consentimento do mesmo.        

Por: Dra. Maria Lúcia Carvalho