Cientistas nos Estados Unidos
acreditam que pode ser possível usar um "escudo" de células-tronco
para proteger pacientes de câncer dos efeitos colaterais da quimioterapia.
O tratamento destroi células
cancerosas, que se dividem rapidamente, mas também podem afetar outros tecidos
saudáveis, como a medula óssea ou células sanguíneas, aumentando o risco de
infecção e causando falta de ar e cansaço.
Na nova pesquisa do Fred Hutchinson
Cancer Research Center, publicada na revista científica Science
Translational Medicine, células-tronco da medula óssea de pacientes
com tumores cerebrais foram retiradas e modificadas com um gene resistente à
quimioterapia. As células foram então injetadas novamente no sangue dos
pacientes.
"Este tratamento é análogo a
disparar contra as células cancerígenas e as células da medula óssea, mas dando
às da medula óssea um escudo protetor, enquanto se deixa o tumor
desprotegido", disse a pesquisadora Jennifer Adair.
Sobrevida maior
O principal autor do estudo,
Hans-Peter Kiem, disse que os resultados dos testes com três pacientes foram
muito positivos.
"Concluímos que os pacientes
foram capazes de tolerar melhor a quimioterapia, sem efeitos negativos, depois
da transplantação das células-tronco modificadas na comparação com pacientes em
estudos anteriores, que receberam o mesmo tipo de quimioterapia, mas sem
receber as células-tronco modificadas", afirmou ele.
De acordo com os pesquisadores, todos
os três pacientes viveram mais que a média de 12 meses de sobrevida prevista
para esse tipo terminal de câncer (glioblastoma) e um deles ainda estava vivo
34 meses após o tratamento.
A cientista da ONG Cancer Research UK
Susan Short disse que o estudo americano traz uma abordagem completamente nova
à proteção de células normais durante o tratamento de câncer.
"Ainda é necessário conduzir
testes com mais pacientes, mas pode ser que possamos usar quimioterapia para
mais pacientes sofrendo de câncer de cérebro do que imaginávamos
anteriormente."
"Esta abordagem também pode ser
um modelo para outras situações em que a medula óssea é afetada por tratamentos
contra o câncer."
Fonte: Estado de São Paulo